O cineasta veterano, conhecido por realizar filmes de denúncia social, garantiu, numa publicação na rede social Twitter, que a sua saída é consequência da sua recusa em "desonrar" outros colegas "críticos" que saíram ou "foram expulsos" do partido.
Loach, de 85 anos, referia-se nomeadamente a quatro grupos de esquerda ligados ao Partido Trabalhista que foram expulsos no mês passado porque "eram incompatíveis" com os ideais do partido, argumentou então a direção partidária.
"A sede do Partido Trabalhista finalmente decidiu que sou incapaz de permanecer membro do seu partido, pois não vou desonrar aqueles que já foram expulsos", escreveu o cineasta.
Keir Starmer assumiu as rédeas dos trabalhistas em abril de 2020, substituindo Jeremy Corbyn, um ícone da extrema-esquerda do partido.
No entanto, desde então, Starmer foi rejeitado por boa parte da base e do setor mais radical, ainda ressentido com o tratamento que deu a Corbyn quando uma investigação interna revelou a sua complacência com o antissemitismo no partido.
Entre os quatro grupos que foram expulsos no mês passado estavam correligionários que criticaram abertamente Starmer pela sua forma de lidar com o suposto antissemitismo de certos setores do partido.
"Bem, então, tenho orgulho de estar do lado dos bons amigos e camaradas que foram vítimas desta purga. Na verdade, há uma caça às bruxas. Starmer e sua camarilha nunca vão liderar um partido do povo. Somos muitos, eles são poucos. Solidariedade ", escreveu Loach na rede social.
O realizador, defensor de Corbyn, sempre exprimiu as suas preocupações sociais através dos seus filmes, entre os quais se destacam os premiados “Terra e Liberdade”, “Kes”, “Passámos por Cá” ou “Eu, Daniel Blake”.
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