O produtor Harvey Weinstein solicitou a suspensão do processo por difamação movido contra ele pela atriz Ashley Judd argumentando que entre os dois havia um "pacto" sexual.
A atriz de 50 anos afirma que o outrora influente produtor - acusado por abuso sexual por centenas de mulheres - arruinou a sua carreira porque resistiu aos seus assédios, convencendo o realizador Peter Jackson a deixá-la de fora do elenco de "O Senhor dos Anéis".
Mas a defesa do produtor declara o contrário, recordando que "a acusadora alegou ter feito um acordo com Weinstein no seu quarto de hotel pelo qual ela se deixaria tocar caso ganhasse um prémio da Academia num dos seus filmes".
Segundo a defesa, Ashley Judd admitiu que Weinstein passou então a promover a sua carreira como parte do acordo, com audições para todos os papéis possíveis".
Weinstein, destacam seus advogados, tentou obter, inclusive, um papel de protagonista ao lado de Matt Damon em "O Bom Rebelde" (Good Will Hunting), que acabou por ir parar a Minnie Drver, nomeada para o Óscar.
Fica claro "a motivação para promover a sua carreira, e não para arruiná-la, o que derruba a alegação de difamação da acusadora", destacam os advogados, acrescentando que, de qualquer forma, o delito já prescreveu.
Judd declarou que o "pacto" ocorreu há 20 anos, quando o produtor a chamou para o seu quarto de hotel em Beverly Hills e pediu que fizesse uma massagem ou tomasse um banho com ele. Para poder escapar, explicou, ela fez a proposta.
"De que outra forma poderia escapar rapidamente sem irritar Harvey Weinstein?!" - declarou a atriz numa entrevista ao New York Times.
Jackson revelou em dezembro passado que Weinstein liderou na década de 1990 campanhas de difamação contra atrizes que depois o acusaram de assédio e abuso sexual.
"Os argumentos do Sr. Weinstein buscam fugir das consequências da sua conduta desprezível e não apenas carecem de fundamento, mas também são ofensivos", rebateu o porta-voz de Judd em comunicado enviado à AFP.
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