Harvey Weinstein foi condenado a 16 anos de prisão esta quinta-feira em Los Angeles por agressão sexual e violação de uma uma modelo italiana num quarto de hotel em Beverly Hills em 2013.
A decisão da juíza Lisa Lench, no tribunal de Los Angeles, foi conhecida a seguir à rejeição de uma petição da defesa a apelar a um novo julgamento após o veredito conhecido a 19 de dezembro do ano passado, quando o antigo produtor de Hollywood foi considerado culpado por violação forçada, cópula oral forçada e penetração sexual com um objeto. A identidade da vítima foi preservada no tribunal.
A nova pena reforça a possibilidade do antigo produtor de Hollywood morrer atrás das grades: atualmente com 70 anos e com problemas de saúde, já preso por causa de uma condenação de 23 anos decretada em Nova Iorque em 2020 por outro caso de crimes sexuais, a juíza não permitiu que cumpra as penas em simultâneo.
No ano passado, os doze jurados ouviram durante um mês depoimentos de mulheres que acusaram Weinstein de encurralá-las em quartos de hotel.
As mulheres, incluindo a atual primeira-dama da Califórnia, Jennifer Siebel-Newsom, detalharam encontros sexuais que teriam ocorrido contra a sua vontade e sob coerção física ou psicológica.
A procuradoria caracterizou Weinstein como um predador que usava a sua influência para pressionar e abusar impunemente de mulheres, aproveitando-se também do seu tamanho físico para intimidá-las.
Segundo a defesa do ex-produtor, os relacionamentos foram consensuais e baseados na ideia de que todos os encontros eram transacionais, com mulheres procurando uma oportunidade na competitiva indústria cinematográfica, na qual ele reinou supremo por muitos anos.
O júri considerou-o culpado de agredir sexualmente uma das mulheres, mas absolveu-o das acusações de agressão a uma segunda mulher e não chegou a um consenso sobre as acusações relacionadas com outras duas acusadoras, incluindo a primeira-dama da Califórnia.
Em junho do ano passado, Weinstein perdeu o seu apelo do veredito e da sentença em Nova Iorque. No entanto, os seus advogados apelaram aos tribunais superiores.
Rumores sobre o comportamento do produtor de "Pulp Fiction" e "A Paixão de Shakespeare", entre muitos outros filmes premiados, circularam durante anos no mundo do cinema, mas não foram contestados até 2017, quando foram publicadas acusações explosivas que levaram muitas outras mulheres a manifestarem-se.
Esta exposição foi considerada a origem do movimento #MeToo, que permitiu que dezenas de mulheres denunciassem a violência sexual no local de trabalho e o abuso de poder.
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