“Temos três grandes espetáculos. O primeiro dá início ao festival, [dia 10 de março] com “Ficheiros Secretos”, de Luís Osório, no Teatro Viriato, que é uma espécie de reflexão da sua própria vida e conta com convidados especiais”, afirmou a vereadora da Cultura da Câmara Municipal de Viseu.
Leonor Barata disse que um outro “grande evento” será a presença do rapper Mundo Segundo, que “vai certamente encantar, é um dos grandes nomes do rap português” e “tem a possibilidade de mostrar que há muitas formas de dizer poesia”.
A fechar o festival, em 21 de março, no Dia Mundial da Poesia, “a Orquestra Juvenil do Conservatório [de Música Azeredo Perdigão] e Lena d’Água, como convidada, apresentam um concerto muito especial, porque só serão cantados temas de autores e poetas portugueses”.
Neste mesmo dia, pelas 13h00, o Rossio acolhe “um ‘flash mob’, que parte de um poema de Mário Cesariny – ‘Há uma hora, há uma hora certa’ -, sob a responsabilidade de Guilherme Gomes, ao som da palavra dita, será construída uma gigante coreografia poética”.
Durante o festival decorre um Mercado do Livro, que terá lançamentos de obras “com autores locais e não só” e “será um grande ponto de encontro para as diversas atividades” do evento, no Arquivo Municipal, comummente chamado de Casa Amarela, edifício que albergou a primeira biblioteca municipal da cidade.
“Teremos uma novidade este ano. Uma ‘open call’, denominada ‘Poesia dita’, destinada a jovens entre os 15 e os 18 anos para que possam ter um palco para fazerem as suas primeiras apresentações e mostrar os seus trabalhos”, anunciou.
Leonor Barata disse ainda que esta iniciativa “pretende desmistificar a poesia como uma coisa de elite e torná-la quotidiana e acessível” e, nesse sentido, avançou que “haverá três prémios monetários de 400, 300 e 200 euros, para o primeiro, segundo e terceiro lugar, respetivamente”.
Esta segunda edição do festival Dizer Poesia será “especialmente dedicada a dois poetas viseenses extraordinários, Judith Teixeira e Luís Miguel Nava e ainda gira à volta do centenário do grande poeta português Eugénio de Andrade”.
Autores que dão mote às “conferências, quase diárias”, que recebem “grandes poetas contemporâneos portugueses como, por exemplo, Rosa Oliveira e Fernando Pinto do Amaral, Raquel Cerejo Martins, André Tecedeiro e José Luís Peixoto”.
No âmbito de uma iniciativa da Biblioteca Municipal Dom Miguel da Silva, “Biblioteca fora de portas”, durante o festival o Estabelecimento Prisional de Viseu conta com “uma míni feira do livro onde se podem requisitar e trocar livros”.
No entender desta responsável, “é um projeto muitíssimo importante, porque é conhecido o poder da leitura, sobretudo em contextos em que se está privado da liberdade e, este ano, terá uma edição especial durante o Dizer Poesia”.
Da programação, esmiuçou ainda a vereadora da Cultura, “há diversas oficinas de poesia, de literatura e de cinema, diversas atividades para família” a acontecerem também na Biblioteca Municipal Dom Miguel da Silva e no Museu Almeida Moreira.
“Temos uma novidade no Mercado dos Produtores, em que vamos ter uma atividade chamada que é poesia a pedido, chama-se ‘peça que nós dizemos’ e tem a ver com a ideia de podermos pedir um poema e alguém nos diz o poema”, destacou.
Leonor Barata evidenciou ainda a panela de ferro que estará no Rossio e onde será “possível cozinhar poemas, em parceria com a Zunzum [Associação Cultural], que organiza atividades em torno do cozinhar poesia”.
“Com esta programação pretendemos abarcar os vários níveis, não só etários, como também de interesse. É uma programação muito eclética e que ocupa muitos espaços da nossa cidade, com muitos géneros”, sublinhou Leonor Barata.
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