Uma tertúlia sucederá hoje à inauguração da mostra e, depois desta, haverá mais uma récita de "A Ratoeira", de Agatha Christie, que Ruy de Carvalho protagonizou nos anos de 1960, assumindo o papel do jovem Giles Ralston, levando agora a primeiro plano outra das principais personagens, o Major Metcalf.
“A Ratoeira” é uma das duas peças com que o decano dos atores portugueses se apresentará em digressão por Portugal, até ao próximo mês de setembro, num total de quase que 30 espetáculos. A outra é “Ruy, a história devida”, um texto de Paulo Coelho com encenação de Paulo Sousa Costa, na qual atravessa a sua própria história, revê as personagens que interpretou e em que põe em diálogo com o público a experiência de palco e a experiência de vida.
Em novembro, Ruy de Carvalho assinalará os 81 anos da sua estreia em palco, como amador, ainda no Grupo de Teatro da Mocidade Portuguesa, com a peça de Luiz Francisco Rebello “Jogo para o Natal de Cristo”, encenada por Francisco Ribeiro (Ribeirinho).
A nova exposição “Retratos Contados” congrega duas componentes: perto de 50 fotografias do arquivo do Teatro Nacional D. Maria II, onde o ator se estreou como profissional em 1947, e onde mais tarde fez parte do elenco residente durante mais de duas décadas (um conjunto exposto em Lisboa, em novembro passado); e outra composta por fotografias vindas do seu próprio acervo, assim como de familiares.
As duas componentes permitem um percurso através da carreira e da vida de Ruy de Carvalho, como precisou à Lusa o curador, Nelson Mateus.
A fotografia mais antiga do espólio do D. Maria II data de 1962, e retrata Ruy de Carvalho com a atriz Carmen Dolores, na peça “Os Três Chapéus Altos”, enquanto a mais recente é de 2009 e reproduz Ruy de Carvalho e Virgílio Castelo a contracenarem na peça de Ronald Harwood “O Camareiro”.
Depois do Coliseu do Porto, será o Teatro Sá da Bandeira, na mesma cidade, a receber "Retratos Contados", em data ainda a definir. Foi aqui que Ruy de Carvalho se apresentou pela primeira vez na cidade, no início da década de 1950, na peça “Está lá fora um inspetor”, contracenando com João Villaret, Josefina Silva, Maria Lalande, Igrejas Caeiro e Assis Pacheco.
Na itinerância da mostra estão também o Theatro Club, em Povoa de Lanhoso, onde anualmente é atribuído um prémio de teatro com o nome do ator, e onde estará até 12 de março, seguindo depois para o Centro Cultural de Lagos, a partir de dia 14.
No roteiro, sucedem-se Funchal, a 31 de março, Ericeira, a 06 de abril, estando ainda previstas exposições em Beja, Póvoa de Varzim, Espinhal, Figueira da Foz, Alcanena, Albufeira, Anadia e Portimão, entre outras localidades.
Nos espaços onde a mostra é apresentada, Ruy de Carvalho e Nelson Mateus juntam-se, numa data a combinar por ambos, numa tertúlia com o público.
No Dia Mundial do Teatro, a 27 de março, a autarquia de Oeiras prestará homenagem ao seu munícipe de Paço d'Arcos, no Auditório Municipal.
Ruy de Carvalho nasceu em Lisboa, em 1 de março de 1927.
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