O realizador de cinema iraniano Jafar Panahi, solto sob fiança em fevereiro, deixou a República Islâmica pela primeira vez em 14 anos para fazer uma visita à França, informou o seu advogado à France-Presse esta quarta-feira.
O famoso cineasta de 62 anos, cujos filmes foram premiados em vários festivais de cinema europeus, foi libertado sob fiança após ter passado quase sete meses em uma prisão em Teerão.
Antes disso, estava proibido de deixar o seu país desde 2010, quando foi condenado a seis anos de prisão por "propaganda contra o sistema".
"Depois de cumprir a sua pena, Panahi foi autorizado a deixar o país e obteve o seu passaporte", disse o advogado Saleh Nikbajt.
Na noite de terça-feira, a esposa dorealizador publicou uma foto no Instagram que mostrava o casal num aeroporto.
Nikbajt confirmou que o cineasta foi à França para visitar a filha, que mora no país, sem especificar a duração da viagem.
Panahi foi preso a 11 de julho de 2022 e libertado em fevereiro deste ano, após iniciar uma greve de fome para protestar contra as condições da sua prisão.
"Até o que sei, não há mais nenhum processo legal aberto contra ele", disse o seu advogado.
O cineasta ganhou um Leão de Ouro na Mostra de Veneza pelo filme "O Círculo" (2000) e um Urso de Ouro em Berlim por "Táxi" (2015). Três anos depois, venceu o prémio de Melhor Argumento por "Três Faces" no Festival de Cannes.
O seu último filme, "No Bears", protagonizado por ele mesmo como em muitas das suas produções recentes, estreou no ano passado na competição de Veneza, mas o realizador já estava preso. A produção ganhou o prémio especial do júri.
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