Os centenários dos nascimentos daqueles cinco autores portugueses estão em destaque na programação da sexta edição do Festival Literário Internacional do Interior Palavras de Fogo, que este ano surge subordinado ao tema “Pensamento, palavras, poesia, língua de fogo na imensa boca dessa angústia”.
Dez concelhos que foram afetados pelos incêndios de 2017, naqueles dois distritos do Centro, recebem o festival que, segundo comunicado da Arte-Via Cooperativa, com sede na Lousã, Coimbra, inclui “mais de cinquenta atividades a decorrer em simultâneo num território de 1.600 km2 e uma população de mais de 200 mil pessoas”, correspondente aos municípios de Alvaiázere, Ansião, Arganil, Coimbra, Condeixa-a-Nova, Góis, Lousã, Miranda do Corvo, Pedrógão Grande e Tábua.
Um conjunto de palestras vai lembrar os homenageados, cabendo a António Pedro Pita falar de “Urbano Tavares Rodrigues, escreviver”, António Apolinário Lourenço abordará “Eduardo Lourenço. Crítico da literatura portuguesa. O caso Pessoa”, José Carlos Seabra Pereira apresentará “Natália Correia, uma poética de fogo em corpo e alma”, António Cândido Franco relacionará “Mário Cesariny e Luiz Pacheco em relação especular” e, finalmente, Fernando Paulouro Neves tratará de “Eugénio de Andrade – viagem à materna casa da poesia”.
O ensaísta Eduardo Lourenço estará ainda em evidência na exposição “Eduardo Lourenço e os outros: no mundo como devir”, do Centro de Estudo Ibéricos, que estará patente nos municípios do consórcio até ao final de julho.
Além dos centenários de Eduardo Lourenço, Eugénio de Andrade, Mário Cesariny, Natália Correia e Urbano Tavares Rodrigues, serão ainda assinalados os 50 anos da criação da Associação Portuguesa de Escritores.
A cooperativa, que partilha a organização com autarquias, associações e empresas da região, acrescentou que o FLII Palavras de Fogo arrancou no início de junho com as residências literárias de Cristina Robalo Cordeiro e Mónica Guerra.
A componente ambiental é outra preocupação do evento, que inclui, por exemplo, a performance poética de Marina Kazakova e Sara Maino, “Floresta vermelha”, que alerta para a importância das florestas.
Outro dos destaques da programação é a visita de um painel de escritores ao Estabelecimento Prisional de Coimbra, onde os reclusos participarão numa récita de poemas.
Esta edição do FLII Palavras de Fogo conta ainda com a presença do escritor para a infância e juventude José Vaz, nomeado para o prémio Astrid Lindgren 2024.
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