“É um ano muito forte e realmente não quisemos deixar de lembrar todos estes nomes”, salientou Filomena Amaral, presidente da Arte-Via Cooperativa, sediada na Lousã, na apresentação do evento, que decorreu em Góis, no distrito de Coimbra.
Criado em homenagem às vítimas dos incêndios florestais de 2017, a sétima edição do festival vai realizar-se de 14 a 17 de junho, em oito concelhos dos distritos de Coimbra e Leiria, organizado pela Arte-Via Cooperativa, e tem como patrono o Presidente da República.
Tendo como tema “Terra da fraternidade, ditosa pátria minha amada”, a edição deste ano assume especial preocupação com a emergência ambiental, uma das causas do festival desde o seu início, juntamente com a igualdade de género e a interioridade.
“A causa ambiental deste ano é protagonizada por quatro mulheres indígenas brasileiras, do povo guarani, que se dedicam à escrita, artes e música, premiadas com o prémio Jabuti 2023, que defendem a causa da Terra”, adiantou Filomena Amaral.
Góis acolhe a sessão de abertura do festival, no dia 14 de junho, na qual se destaca a conferência sobre o quinto centenário do nascimento de Luís Vaz de Camões, a proferir pela professora Rita Marnoto, comissária para as comemorações nacionais do autor de ‘Os Lusíadas’.
As quatro mulheres indígenas – Eva Potiguara, Ju Cassou, Vanessa Ratton e Michelle C. Buss - participam no dia 15, numa sessão na Lousã, na aldeia serrana da Silveira, onde vai ser assinado um acordo de geminação cultural entre a reserva indígena Rio Silveira e a comunidade das Silveiras da Serra da Lousã.
No mesmo dia, à tarde, ainda na Lousã, decorre um painel sobre José Afonso (Zeca Afonso), tendo como oradores Carlos Marta, Carlos Sêco, Filomena Martins e José Avelino Gonçalves, com moderação de Casimiro Simões.
Ainda durante a tarde, no Museu de Conímbriga, em Condeixa-a-Nova, realiza-se a conferência da professora Ana Paula Coutinho sobre o poeta António Ramos Rosa e o espetáculo “Da poesia à música”, com Catarina Martins e Alex Silva.
Ao final da tarde, em Miranda do Corvo, na Loja do Sr. Falcão, o festival integra um painel com Amadu Dafé, Francisco Fanhais e Guadalupe Portelinha, com moderação de Fonseca Mota, seguido de um jantar com poesia à mesa e um momento musical com o intérprete Francisco Fanhais.
O evento continua no dia 16 em Pedrógão Grande, distrito de Leiria, com uma visita no Museu da Maçonaria e espetáculo com Francisco Fanhais.
No mesmo dia, à noite, em Arganil, o destaque vai para o painel com participação de Guadalupe Portelinha, major Mário Tomé, Francisco Soler e Vanessa Ratton, com moderação de Miriella de Vocht, e espetáculo indígena com Ju Cassou.
O Festival Literário Internacional do Interior – Palavras de Fogo encerra no dia 17, no Estabelecimento Prisional de Coimbra, com atuação de grupos de poesia e música formados por reclusos, e no Hotel de Midões, em Tábua, com a apresentação da trilogia da professora Cristina Robalo Cordeiro “Ver, viver, escrever: os meus romances magrebinos”.
Aproveitando a sessão de abertura no concelho de Góis, o presidente daquela autarquia, Rui Sampaio, anunciou que o projeto municipal Lavadouros com Alma – 1.º Festival Intercultural, vai ter a participação especial de Vanessa Ratton e Carlos Ratton, numa ação que vai decorrer na aldeia do Soito, no dia 15.
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