De acordo com a diretora-adjunta do Centro de Arte Moderna (CAM), Ana Botella, hoje, numa visita de imprensa ao renovado espaço, a festa acontece nos dias 21 e 22 de setembro, “por todo o edifício e o jardim, sobretudo na Engawa”.
A Engawa - um espaço de passagem, interior e exterior, encontrado habitualmente nas casas tradicionais japonesas - é um elemento central na remodelação do CAM, um projeto do arquiteto japonês Kengo Kuma, enquadrado pelo novo jardim desenhado pelo paisagista libanês Vladimir Djurovic.
A festa começa, em 21 de setembro, com uma conversa entre o diretor do CAM, Benjamin Weil, e o arquiteto Kengo Kuma, responsável pelo projeto do novo CAM, “que aborda a ideia de Engawa e culmina, nesse dia, com uma festa de três momentos, organizada com o icónico coletivo musical Filho Único”,
“Queremos começar este capítulo a dançar, juntos, na Engawa”, disse.
O segundo dia de festa, 22 de setembro, “centra-se no regresso da Temporada Japonesa, que se estende até 2025 com propostas arrojadas que vêm pela primeira vez a Portugal”.
“E fechamos o fim de semana com um concerto na exposição de Leonor Antunes, da lendária compositora Éliane Radigue”, revelou Ana Botella, acrescentando que, ao longo dos dois dias, haverá também atividades para crianças e famílias.
Os artistas, nacionais e internacionais, que irão apresentar-se ao longo dos dois dias são “de diferentes contextos e disciplinas”.
A “esperança” da direção do CAM é que “toda a gente - dos mais novos aos mais velhos, dos que já conhecem aos que nunca entraram no CAM – sinta algo e volte para mais”, bem como “que esta intenção de viver o CAM perdure no tempo”.
Os jardins da Fundação Calouste Gulbenkian estão abertos ao público de forma gratuita todos os dias do ano e, “inspirados pela forma como os jardins da Gulbenkian são usados e apropriados pela cidade”, os responsáveis pelo CAM, querem que os públicos “integrem o CAM no seu quotidiano, e que sejam representativos de Lisboa em toda a sua diversidade”.
Ana Botella destacou que, “liderada por artistas, e resultando em experiências artísticas ambiciosas, a participação continuará a ser um elemento central do programa” do CAM.
Como exemplo disso, a diretora-adjunta do CAM nomeou o projeto “Sons de uma Revolução”, que é apresentado já no próximo sábado, dia 14, no Grande Auditório na Fundação Calouste Gulbenkian, e que foi desenvolvido pelo CAM em colaboração com a Gulbenkian Música e o Conservatório das Artes de Loures.
“Este é outro ponto-chave a ideia de Engawa: colaboração, colaboração, colaboração”, afirmou, referindo que essa colaboração se dá tanto a nível local como internacional.
A nível local, o CAM trabalha “ativamente com todo o ecossistema - instituições artísticas de todas as escalas, festivais, universidade e escolas, organizações cívicas”, já a nível internacional, a equipa está “em diálogo com outras instituições, para criar pontes entre os discursos globais e o contexto local”.
“Durante o primeiro ano estamos a coproduzir exposições com o Barbican Centre, de Londres, La Casa Encendida, de Madrid, o Instituto Valenciano de Arte Moderna, em Valência, o Thyssen-Bornemisza, de Madrid e de Veneza”, deu como exemplos Ana Botella, recordando que, em novembro, o CAM colhe a conferência anual do World Art Foundations, que irá juntar “mais de 200 delegados das principais organizações artísticas internacionais para discutir, coletivamente, as questões mais prementes do setor”.
“Partilhar a vitalidade da cena artística de Lisboa será uma parte fundamental da nossa agenda”, disse.
O CAM, encerrado desde 2020 e cuja entrada passa agora a fazer-se pelo n.º 2 da Rua Marquês de Fronteira, ganhou cerca de 900 metros quadrados de novas áreas expositivas.
O edifício reabre com várias exposições, que terão entrada gratuita até 7 de outubro.
No novo edifício nota-se uma grande presença dos jardins nos diferentes espaços, por haver agora mais paredes envidraçadas. Com as alterações feitas o piso subterrâneo, onde irá funcionar também o novo centro educativo, passa agora a ter luz natural.
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