“O prémio é sempre um reconhecimento do trabalho e talvez seja sintomático de que estou à partida a fazer um bom trabalho”, reagiu Pedro Azevedo, em declarações à agência Lusa, após a atribuição do prémio, afirmando-se “muito contente”.
O vencedor da 4.ª edição Prémio Revelação Ageas Teatro Nacional D. Maria II (TNDM) foi anunciado na noite de sexta-feira no Centro Cultural Olga Cadaval, em Sintra, numa cerimónia que antecedeu a antestreia da peça “O Misantropo”, com texto de Hugo van der Ding e Martim Sousa Tavares, a partir do texto original de Molière, encenado por Mónica Garnel, no âmbito do programa "Odisseia Nacional".
Com caráter anual e um montante de 5.000 euros, a distinção, destinada a profissionais de teatro até aos 30 anos, visa reconhecer e promover talentos emergentes, cujo trabalho artístico se tenha destacado no ano anterior à atribuição, dando continuidade ao desenvolvimento de um percurso profissional no setor.
Para Pedro Azevedo, há "obviamente uma expectativa que este prémio traga alguma visibilidade" ao seu trabalho, "que se tem desenvolvido muito mais a partir do Porto", sustentando assim a sua "vontade de trabalhar mais noutros pontos do país e com outras pessoas”.
Pedro Azevedo defendeu a necessidade de fazer uma “gestão de expectativas”, com a conquista do prémio. “Às vezes estes prémios metem-nos num sítio que eu acho que nem sempre é saudável, e acho que é importante manter a consciência e mantermo-nos fieis a nós próprios, àquilo que somos e àquilo que temos feito”.
Considerou ainda “importante salvaguardar” as expectativas que, “às vezes, se geram em torno dos premiados”.
Questionado sobre se já tem um destino para o montante do prémio, o artista disse que não, acrescentando que, “face à precariedade do meio" artístico, há um lado que lhe diz “OK, se calhar guarda este prémio na tua conta poupança porque nunca se sabe o que o futuro reserva e há este lado também de cautela”.
Admitiu, todavia, que “há um outro lado” em que lhe “apetece investir de alguma forma, nalgum tipo de formação”, noutra “coisa que possa também ser útil” para o seu percurso profissional.
“Já não sou a amar-te menos” é o mais recente trabalho de Pedro Azevedo, apresentado no sábado passado, no Teatro do Campo Alegre, no Porto. Foi criado em conjunto com Guilherme de Sousa, com quem colabora com regularidade e com quem, em 2019, fundou a associação BLUFF.
Questionado sobre projetos em curso, o cenógrafo e figurinista disse ir fazer três estreias no Festival Dias da Dança (DDD), a decorrer em abril, no Porto: “Dalila”, de Daniela Cruz, “Pechisbeque”, de Ana Isabel Castro, e “Carpex”, uma criação em conjunto com Guilherme de Sousa, a apresentar no último dia do festival, 30 de abril, no auditório do Museu do Caos.
Pedro Azevedo junta-se a Sara Barros Leitão, Mário Coelho e Cárin Geada, vencedores das edições anteriores do Prémio Revelação.
Os atores, encenadores, coreógrafos e programadores Álvaro Correia, António Durães, Catarina Barros, Cristina Carvalhal, Cucha Carvalheiro, Isabel Zuaá, John Romão, Mário Coelho, Marta Carreiras, Mónica Garnel, Pedro Mendes, Rui Horta, Rui Pina Coelho, Sara Barros Leitão e Tónan Quito, enquanto representantes de várias áreas artísticas, são os elementos do júri que escolheu Pedro Azevedo.
Comentários