Rui Moreira falava na abertura do sexto polo, a Biblioteca de Arqueologia, a funcionar no Reservatório do Museu do Porto, com renovação arquitetónica assinada por Alexandre Alves Costa e Sérgio Fernandes e projeto museográfico de João Mendes Ribeiro.
“Estamos a pulverizar a cidade de livros e estamos a dar leveza, proximidade, às bibliotecas de leitura pública”, disse o autarca, referindo-se ao projeto da Biblioteca Errante, uma das iniciativas de compensação à cidade pelo encerramento da Biblioteca Municipal do Porto (BPMP), que se irá concretizar progressivamente entre Março e Junho deste ano.
O encerramento da BPMP, que chegou a ser apontado para Junho de 2023, foi protelado em nove meses, permitindo, segundo Rui Moreira, investir “num serviço profissional de empacotamento, transferência e custódia dos fundos da Biblioteca Pública”.
“Ganhamos nove meses, ou mais do que isso, atendendo ao facto de até 01 de maio se manter a acessibilidade da BPMP à comunidade de investigadores, por marcação, e até 01 de Julho, esta mesma comunidade continuará a ter acesso aos fundos de manuscritos e reservados da Biblioteca”, disse.
O público em geral, escolar e familiar manterá “a sua principal casa de livros e leitura, que é a Biblioteca Municipal Almeida Garrett, um equipamento que este ano ganhará sangue novo”, referiu Rui Moreira.
O projeto Biblioteca Errante está a implementar desde Abril de 2023, uma rede de pequenas bibliotecas temáticas, permanentes ou móveis, pulverizadas pela cidade do Porto e que se juntam à Biblioteca Municipal Almeida Garrett.
A Biblioteca de Arqueologia do Museu do Porto, aberta a partir de hoje, é constituída por 800 títulos, sobretudo na tipologia de revista de especialidade, algumas delas que remontam aos finais do século 19, com repercussão nos séculos 20 e 21.
“Estamos a falar de documentos que permitem conhecer resultados de escavações, sondagem, prospeções, ensaios de arqueologia, muitos mapeamentos de estações arqueológicas e muitos artigos científicos que foram publicados nos últimos 140 anos por grandes nomes da arqueologia portuguesa, como Leite de Vasconcelos ou Mendes Correia, ou de arqueólogos como Manuel Real, António Silva ou Isabel Osório”, explicou aos jornalistas o diretor do Museu e Bibliotecas do Porto, Jorge Sobrado.
Segundo este responsável, este é o sexto polo da Biblioteca Errante, “uma rede à qual se irá acrescentar mais três polos até ao dia 13 de Junho”.
Os novos polos desta rede são a Grande Biblioteca de Periódicos do Porto, no Pavilhão da Escola Pires de Lima, a Biblioteca de 50 autores fundamentais do Porto, criada na Escola Alexandre Herculano e a Casa de Poesia Eugénio de Andrade, na antiga casa do poeta, no Passeio Alegre.
Até 13 de Junho serão nove as bibliotecas abertas, mas até final do ano espera-se que esse número seja de, pelo menos, “onze”.
Esta rede integra o Bibliocarro, um serviço itinerante das Bibliotecas do Porto, vocacionado para ir ao encontro dos munícipes, privilegiando os bairros da cidade.
Num balanço sobre os primeiros meses do projeto Bibliotecas Errantes, Jorge Sobrado destacou o “grande sucesso” do Bibliocarro, que “está a fazer 10 bairros por semana, bairros que têm muitas vezes nas suas imediações, escolas ou associações de carácter social, recreativo e cultural. O Bibliocarro tem sido um reencontro muito feliz na Cidade”.
“Outras casas que já estão abertas têm vindo a conquistar o seu público, nomeadamente a Casa do Infante, que tinha uma procura residual na sua dimensão de biblioteca, sendo muito procurada na sua função de arquivo histórico municipal, tal como a Biblioteca de Artes e Artes decorativas, a funcionar no meio de um jardim magnífico, junto à rotunda da Boavista, na casa Marta Ortigão Sampaio”, disse.
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