O produtor de cinema caído em desgraça Harvey Weinstein pode enfrentar novas acusações de crimes sexuais antes do seu novo julgamento este outono, disseram os procuradores de Manhattan na terça-feira.
As autoridades estão a investigar “agressões sexuais violentas adicionais” alegadamente cometidas por Weinstein que não estão sujeitas a prescrição, disse a procuradora assistente Nicole Blumberg.
“Como dissemos em 2020, havia mulheres que não estavam preparadas para avançar com o processo legal”, disse Blumberg ao juiz Curtis Farber numa audiência judicial.
"Algumas dessas mulheres estão agora prontas para avançar", anunciou.
O mais alto tribunal de Nova Iorque anulou a condenação de Weinstein por acusações de crimes sexuais em Abril, numa reviravolta chocante num dos casos decisivos do movimento #MeToo.
Weinstein foi condenado em Nova Iorque em 2020 pela violação e agressão sexual da ex-atriz Jessica Mann em 2013, e por praticar sexo oral à força na ex-assistente de produção Mimi Haley em 2006.
Ele foi condenado a 23 anos de prisão.
O Tribunal de Apelações concluiu que o juiz de primeira instância errou ao admitir o testemunho de outras mulheres que teriam sido abusadas por Weinstein, mas que não foram citadas nas acusações apresentadas contra ele, e ordenou um novo julgamento.
Blumberg disse que os procuradores podem estar prontos para um novo julgamento já em novembro.
Arthur Aidala, advogado de Weinstein, disse que estava “pronto para ir a julgamento” e denunciou as táticas do Ministério Público.
“Mais uma vez, eles estão ligar para o 1-800-Get-Harvey [linha direta para 'apanhar' o produtor]”, disse Aidala. “Estão a tentar encontrar outra pessoa para apresentar-se porque acho que sentem que o seu atual caso não é suficientemente forte".
“Mais uma vez temos a pessoa e estamos à procura de um crime”, acrescentou.
Aidala disse que a saúde de Weinstein, de 72 anos, estava a piorar na prisão.
O outrora poderoso magnata do cinema compareceu em tribunal numa cadeira de rodas, parecendo frágil, pálido e quase careca.
“Ele não é um jovem, é um homem doente”, disse Aidala. “As diabetes dele estão a disparar.”
Embora a condenação de Weinstein em Nova Iorque tenha sido anulada, ele permaneceu atrás das grades devido a uma condenação por violação na Califórnia, pela qual recebeu uma pena de 16 anos.
Alegações bombásticas surgiram contra Weinstein, vencedor do Óscar, em 2017, lançando o movimento #MeToo, um momento decisivo para as mulheres que lutam contra a má conduta sexual.
Weinstein e o seu irmão Bob co-fundaram a Miramax Films, uma distribuidora vendida à Disney em 1993.
Os seus sucessos incluíram "A Paixão de Shakespeare" (1998), pelo qual Weinstein dividiu o Óscar de Melhor Filme.
O juiz marcou a próxima audiência do caso para 19 de julho.
Comentários