Após uma espera paciente, a poucos minutos do início, marcado para às 21h30, já se podia notar a pista da Altice Arena quase toda tomada. Com parte significativa do público ainda a aceder ao local, por volta das 21h40 o grupo arrancou com "Diversão", mostrando que a sonoridade que os colocou em evidência nos anos 80 ainda segue forte e absolutamente contagiante.
Foi então anunciado que Branco Mello não poderi cantar devido a uma recente cirurgia, mas que, mesmo assim, iria participar na atuação em alguns momentos pontuais na parte instrumental.
A formação ao vivo contou com o trio ainda totalmente ativo no grupo: o próprio Branco, Sérgio Britto e Tony Bellotto, além dos regressos temporários (para a celebração das quatro décadas dos Titãs) de Nando Reis, Arnaldo Antunes, Paulo Miklos e Charles Gavin. Houve ainda o convidado Arnolpho 'Liminha' Filho, prestigiado produtor musical brasileiro, na guitarra rítmica.
A seguir veio "Lugar Nenhum" e "O Pulso", em excelente ambiente propiciado por três ecrãs acima do palco e um jogo de luzes magnífico. Outro ponto alto da performance foi ao som de "Homem Primata" (do antológico álbum "Cabeça Dinossauro", de 1986).
Veja as fotos do concerto:
O formato acústico que introduziram na continuação do espetáculo emocionou muitos dos presentes. Houve até quem pegasse no telemóvel só para gravar mensagens dizendo que amava muito quem estava distante enquanto eles tocavam o reflexivo tema "Epitáfio", que levou muitas pessoas às lágrimas.
Alice Fromer, filha de Marcelo Fromer (que fez parte dos Titãs e faleceu em 2001), atuou em duas canções, "Toda A Cor" e "Não Vou Me Adaptar", brindando a plateia com a sua doce voz e relembrando da maneira mais terna a memória de Marcelo.
Coube ainda uma singela homenagem aos portugueses Xutos & Pontapés com versos de "A Minha Casinha" (o tema foi regravado pelos Xutos, ganhando ainda mais notoriedade no fim da década de 80, mas é originalmente de um single de 1943 interpretado pela atriz e cantora portuguesa Milú).
Prestes a tocarem "Bichos Escrotos", que levou o público a cantar em êxtase, Miklos desejou boa noite a Lisboa enfatizando “Bora fechar com chave de ouro”. No entanto, quando a banda se retirou, em uníssono podia ouvir-se a plenos pulmões “Mais um, mais um!”.
O pedido, claro, foi generosamente atendido. O encore contou com as emblemáticas "Miséria", "Marvin" e "Sonífera Ilha". Aí sim, a tal chave de ouro fechou finalmente uma performance esplendorosa que, de certeza, entrou para a história dos grandes espetáculos brasileiros em solo português.
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