A inovadora Kate Bush, os instigantes Rage Against the Machine, o ícone da música country Willie Nelson, a americana Sheryl Crow e o grupo de R&B The Spinners completaram a lista de 2023, numa cerimónia que deu destaque ao conflito em Gaza.
"Cessem fogo", dizia um cartaz exibido por Tom Morello, guitarrista dos Rage Against the Machine, na sala de imprensa.
"Pessoas comuns, normais (...), que querem levantar-se por um país e um planeta mais humanos, pacíficos e justos, mudam o mundo", disse, ao receber o reconhecimento em nome do grupo.
O seu discurso precedeu a homenagem a Missy Elliott, a primeira rapper a entrar neste seletivo clube, apresentada por outra lenda do rap, Queen Latifah.
"Sinto-me honrada de estar nesta sala com todos vocês", disse a artista de "Lose Control" e "Get Ur Freak On", numa altura em que o hip-hop comemora o seu 50º aniversário.
Antes da cerimônia, Latifah disse que a homenagem é "uma bênção", numa entrevista ao programa "Good Morning America", da ABC.
Na apresentação do ícone country Nelson, o cantor e compositor Dave Matthews também abordou a situação em Gaza: "Vivemos num mundo onde bombas são lançadas contra crianças e isso é apelidado de dano colateral". "Mas são pessoas como Willie Nelson que me dão esperança", acrescentou.
O compositor de Elton John
O Hall da Fama, com sede em Cleveland, que consulta mais de 1.000 artistas, historiadores e membros da indústria para selecionar as novas lendas, realizou a cerimónia no Barclays Center de Brooklyn.
Há algum tempo, a instituição tem definido o rock mais em termos de espírito do que de género, incluindo várias estrelas do rap, pop, R&B e música country.
Os membros do Hall da Fama são elegíveis 25 anos após o primeiro lançamento comercial de um álbum.
A cerimónia também concedeu prémios de excelência musical a Chaka Khan, Al Kooper e Bernie Taupin - o compositor por trás de muitas das músicas de Elton John.
Na sua apresentação, Elton John, que cantou "Tiny Dancer" na cerimónia, descreveu o seu velho amigo como "um dos melhores escritores de música de todos os tempos".
O Hall também incluiu DJ Kool Herc e Link Wray como "influências", e homenageou o falecido criador de "Soul Train", Don Cornelius, na categoria "não-intérprete", que contempla profissionais que não sobem ao palco.
Entre as ausências notáveis esteve a de Kate Bush, que se desculpou na sexta-feira sem especificar o motivo. "Para mim, a verdadeira honra é saber que vocês acham que eu mereço", disse a cantora.
"Estou completamente impressionada com esta grande honra, um prémio que fica no coração da indústria da música americana", acrescentou Bush no seu site.
O Hall da Fama do Rock'n'Roll é uma das instituições da indústria musical que, assim como a Recording Academy, organizadora dos Grammys, se tem esforçado nos últimos anos para renovar a sua imagem, frequentemente criticada por ser maioritariamente masculina e branca.
O presidente do Hall da Fama, John Sykes, destacou a inclusão de mulheres, com os prémios a Bush, Elliott e Crow este ano. "Temos de fazer melhor, mas estamos a progredir", indicou.
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