O cantor de 32 anos, alvo de chacotas da oposição, mas adorado entre apoiantes da ofensiva contra Kiev, é um dos símbolos da narrativa patriótica e militarista que o Kremlin promove em todos os níveis da sociedade.
Shaman, cujo nome verdadeiro é Yaroslav Dronov, ganhou fama em fevereiro de 2022, com uma balada de temática militar lançada às vésperas do início da ofensiva na Ucrânia. Desde então, ele participa regularmente de shows organizados pelo governo em apoio à operação militar.
A canção mais famosa de Shaman, "Ya Russky" (Sou Russo), tornou-se tema de memes e acumulava milhões de visualizações no YouTube antes de a plataforma retirar o seu canal do ar, este ano.
O concerto de Shaman foi organizado por ocasião do Dia da Bandeira. Antes de subir ao palco, o cantor explicou a sua visão do espetáculo, cujo nome é "Vitória": "Vou levantar os ânimos, aproximar a nossa vitória comum."
A engenheira reformada Elena Stupina, de 70 anos, compareceu na praça para assistir ao seu "artista favorito". "As suas músicas levantam o nosso ânimo e o daqueles que participam" da ofensiva na Ucrânia, disse à AFP. "Ele imprime o amor pela Rússia nas crianças e nas avós de 70 anos", comentou a médica Ekaterina, de 40 anos.
No início de 2023, Shaman atuou para soldados russos em Mariupol, cidade ucraniana devastada nos primeiros meses da guerra, quando foi tomada pelo Kremlin. Em setembro de 2022, ele cantou ao lado do presidente Vladimir Putin num concerto para celebrar a anexação de quatro territórios ucranianos reivindicada por Moscovo.
Milhares de pessoas seguem o artista nas redes sociais, popular entre todas as faixas etárias. A Comissão Europeia impôs sanções contra ele no fim de junho, pelo seu apoio à guerra na Ucrânia.
Autoridades russas promovem iniciativas nas escolas e no âmbito cultural para incentivar a população a apoiar a ofensiva, enquanto reprimem as críticas ao governo e à guerra com ameaças, sanções e prisão.
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