
Em declarações à Lusa, o diretor artístico do festival, Domingos Castro, sublinhou o “caráter disruptivo” do evento, ao tirar a música erudita das salas tradicionais e levá-la para o edificado e para as ruas.
“No fundo, é uma pequena festa da música”, referiu, sublinhando o objetivo de democratizar o acesso à música erudita, desmistificando a ideia de que é só para elites.
O festival arranca a 10 de julho, na Igreja de São Francisco, com um concerto simbólico, que reúne dois projetos artísticos “profundamente enraizados” na identidade cultural vimaranense: o Quarteto de Cordas de Guimarães, com Emanuel Salvador como solista convidado, e a Orquestra de Guimarães.
Entre os destaques da programação, figura um concerto que cruza o clarinete e o fado, com os intérpretes António Saiote e Artur Caldeira.
“Fiel ao seu espírito inovador, o Guimarães Allegro apresenta também projetos que dialogam com outras linguagens contemporâneas, como o tecno, reforçando o seu compromisso com a liberdade estética e o ecletismo artístico”, refere a organização, em comunicado.
O festival culmina um sábado cheio de música, numa espécie de maratona de concertos ao longo do dia, protagonizados por jovens talentos emergentes, músicos locais com carreira afirmada e nomes consagrados da música portuguesa.
Os concertos distribuem-se pela Igreja São Francisco, Sociedade Musical de Guimarães, Centro Cultural Vila Flor, Mercado Municipal, Largo Conde D. Henriques, Largo Condessa do Juncal, Largo da Oliveira, Biblioteca Municipal Raul Brandão, claustros do antigo Convento de Santa Clara, jardim do Museu Alberto Sampaio, Praceta da Garagem Avenida e Largo de Donães.
Criado em 2015, o festival nasceu da vontade de democratizar o acesso à música erudita, ocupando espaços patrimoniais da cidade de Guimarães e convocando novos públicos, através de formatos não convencionais.
“Ao longo da última década, o Allegro desafiou fronteiras estéticas, tornando-se num espaço de liberdade criativa e de diálogo entre tradições e contemporaneidade”, diz ainda o comunicado.
Sublinha que se trata de “um festival construído com a cidade e para a cidade, com os seus músicos, os seus espaços, o seu património e o seu público”.
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