Paolo Sorrentino, vencedor do Óscar de filme em língua estrangeira em 2013 com "A Grande Beleza", começou a filmar em Roma o seu novo projeto, sobre a vida do político milionário Silvio Berlusconi.

O filme, que tem o título "Loro", será protagonizado por ator fetiche do consagrado cineasta italiano, Toni Servillo, com quem já trabalhou em quatro longas-metragens.

Servillo interpretará pela segunda vez um primeiro-ministro italiano, depois de Giulio Andreotti, em "Il Divo".

Sorrentino começou a rodar esta semana algumas cenas na região do Foro Imperial e do Coliseu, durante a noite, o que provocou a curiosidade dos turistas, que chegaram a pedir 'selfies' com os atores e os figurantes.

Para ilustrar a vida de Berlusconi, uma das figuras mais polémicas e carismáticas da Itália, protagonista de vários escândalos sexuais, judiciais e políticos, o cineasta encontrou-se mesmo com o magnata da comunicação social e antigo primeiro-ministro, assim como com a sua ex-esposa, Veronica Lario, informou a imprensa.

Durante as cenas noturnas no Coliseu, realizadas em grande silêncio e sob medidas rígidas de segurança, além de uma grande equipa técnica, foi possível observar o ator italiano Riccardo Scamarcio, de fato e gravata, numa cena em que era perseguido por várias mulheres.

Para muitos esta era uma clara referência às festas, jantares e eventos picantes que o ex-chefe de Governo organizava nas suas mansões.

O ator interpreta no filme Gianpaolo Tarantino, o empresário que, na vida real, procurava jovens para as festas eróticas do magnata, mais conhecidas como "bunga bunga", que originaram vários processos pela presença de uma menor de idade, chamada pela imprensa de "Ruby rouba-corações" .

Produzido pela Indigo e com distribuição da Universal Pictures Italy, "Loro" é uma espécie de alegoria do poder, de como encanta e também engana, como já deu a entender o cineasta.

"Sou italiano e quero fazer um filme sobre italianos. Berlusconi é um arquétipo da 'italianità' e, através dele, pode-se contar como são os italianos", resumiu Sorrentino.