Quase 20 anos depois, ainda se fala no assunto: Josh Hartnett estava no auge da fama graças a "Pearl Harbor" (2000), "Cercados" (2001) e "40 dias e 40 noites" (2002), quando começou a afastar-se dos grandes projetos de Hollywood, recusando por duas vezes ser o Super-Homem no cinema e autoexcluindo-se da corrida para o papel de Batman nos filmes de Christopher Nolan.
Abandonando os papéis ligeiros que o tornaram ídolo das adolescentes pelos projetos mais alternativos ainda antes dos 30 anos, foi ainda mais longe: deixou os seus agentes e saiu de Los Angeles, voltando para a sua terra no estado Minnesota.
Após vários filmes sem impacto, a carreira só começou a recuperar com o sucesso das três temporadas da série "Penny Dreadful" (2014-2016) e, mais recentemente, também no grande ecrã, principalmente como secundário em filmes de Guy Ritchie e no vencedor dos Óscares "Oppenheimer", de... Nolan.
"Não queria que a minha vida fosse engolida pelo meu trabalho. E naquela época havia a noção de que se tinha de abrir mão de tudo [pela carreira]. Todos vimos o que aconteceu a algumas pessoas. Foram destruídas por isso. Não queria isso para mim", revela agora numa entrevista ao jornal The Guardian para promover "Armadilha", de M. Night Shyamalan, que chega aos cinemas portugueses a 1 de agosto, o primeiro filme que faz como protagonista para um grande estúdio de Hollywood (Warner Bros.) desde "30 Dias de Escuridão", de 2007.
Aos 46 anos, Hartnett mantém que se afastou porque não gostava da atenção que vinha com os super produções, mas acrescentou pela primeira vez outro motivo: "a atenção que as pessoas me davam naquela altura aproximava-se do doentio".
"Não quero dar muita dimensão a isto. Houve incidentes. Pessoas apareceram na minha casa. Estavam a perseguir-me. Um tipo aparecem numa das minhas antestreias com uma arma, alegando ser o meu pai. Acabou na prisão”, revelou sobre o que aconteceu em 2005, quando tinha 27 anos.
E completou: “Havia muitas coisas. Foi uma época estranha. E eu não ia ser carne para canhão".
Segundo o The Guardian, o ator vive atualmente na rural Hampshire, na Inglaterra, com a sua esposa britânica, quatro filhos, um cão e várias galinhas, porquinhos-da-índia e cabras.
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