«Estamos a pensar voltar a filmar cá [em Macau] no fim do ano. É uma história que nós já escrevemos há uns tempos, subsidiada pelo Instituto do Cinema e do Audiovisual (…), e é mais uma história ambientada em Macau», afirmou à agência Lusa
João Pedro Rodrigues.
Os realizadores de
«China, China» e
«Alvorada Vermelha», que hoje exibem juntamente com
«A Última Vez que vi Macau» no festival literário Rota das Letras, justificam a vontade de filmar novamente em Macau com o facto de a cidade «ter muitas histórias para contar».
«Este novo filme tem a ver com isso: nós acharmos que há uma espécie de potencial quase inesgotável de ficção aqui em Macau, e também noutros sítios da Ásia, e essa vontade de sermos contaminados por estes lugares», acrescentou João Pedro Rodrigues.
Ainda sem título definitivo, o novo filme é descrito por
João Rui Guerra da Mata como «uma história de encontros e desencontros».
«Aliás, como todas as histórias nesta cidade, porque a linha ficcional de «A última vez que vi Macau» é toda desenvolvida à volta de um personagem que volta a Macau para encontrar uma amiga e que nunca a consegue encontrar», corroborou João Pedro Rodrigues.
«O João Rui tinha vivido em Macau em miúdo, eu nunca tinha vindo a Macau, mas nos últimos três anos passei seis meses em Macau. É importante essa ligação afetiva. Nós temos vontade de filmar em determinados sítios pelos quais temos uma ligação afetiva», complementou.
A apresentação de «A Última Vez que vi Macau» hoje em Macau acontece um dia antes da estreia comercial nas salas portuguesas do filme que João Pedro Rodrigues descreve como «uma espécie de retrato pessoal» do território.
João Rui Guerra da Mata, por sua vez, sublinhou as «várias camadas» da terceira correalização de ambos os autores, «que vários críticos não sabem muito bem como classificar», ficção ou documentário, e que tem estado em festivais de documentários e generalistas.
«Penso que a coisa mais interessante que vai acontecer esta noite é como é que o público de Macau vai reagir ao filme, porque nós já o mostrámos em mais de 40 festivais, mas agora são os habitantes da cidade que o vão ver. (…) Não sei se se vão rever ou exatamente o oposto, mas o cinema deve por as pessoas a pensar», adiantou.
«A Última Vez que vi Macau» abriu o DocLisboa 2012 em outubro e nos últimos meses arrecadou prémios no Festival de Locarno de 2012, no Festival Internacional de Valdivia (Chile) e no Festival Luso-Brasileiro de Santa Maria da Feira.
«Temos muito prazer de estar a mostrar o filme no ano em que se comemoram 500 anos das relações sino-portuguesas, que é uma coisa que ficou um bocadinho esquecida em Portugal», concluiu João Rui Guerra da Mata.
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