A realizadora e artista multimédia Shu Lea Cheang estará em Lisboa, em setembro, a convite do Queer Lisboa – Festival Internacional de Cinema Queer, que irá dedicar-lhe uma retrospetiva, e cuja programação será hoje parcialmente anunciada.
O Queer Lisboa, que cumpre este ano a 21.ª edição, regressa ao cinema São Jorge de 15 a 23 de setembro, e vai “homenagear e convidar uma das mais inovadoras realizadoras e artistas multimédia da atualidade, tendo sido uma das primeiras artistas a trabalhar a Internet como ferramenta artística: Shu Lea Cheang”.
A artista, natural de Taiwan, será alvo de uma retrospetiva, que decorrerá no cinema São Jorge e no Museu Nacional de Arte Contemporânea - Museu do Chiado (MNAC).
No âmbito da retrospetiva será exibido, em estreia mundial, o projeto “Wonders Wander”, “concebido propositadamente para o Madrid Pride 2017, e que explora uma nova geração queer, que inclui refugiados, migrantes e transfeministas”.
Além disso, estará em exposição no MNAC, no dia 21 de setembro, no âmbito da exposição Arte e Género, a obra interativa "Brandon", inspirada na história de vida de Brandon Teena, que se tornou conhecida do grande público com o filme “Os Rapazes Não Choram”, de Kimberly Peirce.
"Brandon" foi uma obra concebida em 1998 para ser vista na Internet, comissariada e restaurada este ano pelo Museu Guggenheim de Nova Iorque.
Além de apresentar os seus trabalhos, Shu Lea Cheang irá “dar uma ‘masterclass’ focada na sua obra”.
A 21.ª edição do Queer Lisboa abre com a estreia nacional do filme “God’s Own Country”, de Francis Lee, parcialmente inspirado na vida do realizador, e distinguido com o prémio de realização da secção World Cinema Dramatic do Festival de Sundance, nos Estados Unidos. O filme de encerramento será anunciado mais tarde.
No festival irá estar também o realizador Yan England, na sessão especial de apresentação do seu filme “1:54”, que aborda a problemática do ‘bullying’ nas escolas, marcada para 22 de setembro, no cinema São Jorge.
E no Porto...
O realizador norte-americano Peter Friedman estará em outubro no Porto, no âmbito da 3.ª edição do festival de cinema Queer Porto, na qual será dado destaque à sua obra.
O festival regressa ao Teatro Rivoli entre 4 e 8 de outubro e da programação faz parte “Silverlake Life: The View from Here”, de 1993, “um dos mais importantes documentários sobre o VIH/Sida e as suas implicações sociais e políticas”, que será exibido em estreia nacional.
“Silverlake Life: The View from Here” foi realizado por Peter Friedman e Tom Joslin. Deste último será ainda exibido, no festival, “em estreia absoluta”, o documentário “Black Star: Autobiography of a Close Friend” (1977), uma prequela do filme de 1993.
A obra de Peter Friedman “deu o mote” para a organização criar o programa This is Me, “dedicado à representação autobiográfica no cinema queer”.
No âmbito desse programa será exibido um conjunto de curtas-metragens da realizadora, ativista e “figura incontornável do cinema experimental queer norte-americano, Barbara Hammer, cujo trabalho foca questões da política do corpo”.
O This is Me inclui também “outras obras e figuras marcantes que contribuem para uma reflexão sobre questões de autobiografia queer, como o documentário biográfico do fotógrafo Robert Mapplethorpe, ‘Mapplethorpe: Look at the Pictures’, e o já clássico ‘Tarnation’, de Jonathan Caouette”.
A 3.ª edição do Queer Porto encerra com “1:54”, de Yan England, que aborda o problema do ‘bullying’ nas escolas, em estreia nacional.
O filme de abertura será anunciado mais tarde. Além das sessões de cinema no Teatro Rivoli, haverá atividades paralelas na malavoadora.porto, no Maus Hábitos e na Wrong Weather.
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