A cerimónia da entrega dos prémios Globos de Ouro arrancou esta noite com uma demonstração de solidariedade para com as vítimas dos atentados de Paris e um pedido de apoio à liberdade de expressão.
As comediantes Tina Fey e Amy Poehler abriram as três horas da entrega dos Globos de Ouro – os prémios mais importantes da sétima arte nos EUA depois dos Óscares – com um monólogo cómico sobre o recente ataque informático à Sony Pictures, que envolveu o filme “The Interview”, uma sátira sobre uma conspiração para matar o líder da Coreia do Norte.
"Hoje celebramos todos os filmes e programas de televisão aprovados pela Coreia do Norte", ironizou o duo.
A cerimónia ganhou um tom mais sério quando o líder da associação de imprensa estrangeira em Hollywood, que entrega os Globos de Ouro, fez levantar a audiência numa ovação de pé com um pedido de apoio à liberdade de expressão depois do ataque à Sony Pictures e dos atentados em França.
“Juntos vamos ficar unidos contra todos os que querem reprimir a liberdade de imprensa, em qualquer lugar, desde a Coreia do Norte a Paris, disse Theo Kingma.
Na passadeira vermelha, várias estrelas como George Clooney, Helen Mirren e Kathy Bates desfilaram com objetos, incluindo cartazes e crachás, com a inscrição "Je Suis Charlie", o ‘slogan’ adotado por manifestantes e apoiantes da liberdade de expressão depois do ataque ao jornal satírico francês Charlie Hebdo na semana passada.
Pelo menos 3,7 milhões de pessoas manifestaram-se no domingo em França contra o terrorismo na sequência dos atentados ocorridos em Paris, segundo o Ministério do Interior francês.
Em todo o mundo, inclusive em Lisboa, foram organizadas concentrações e marchas de apoio com o mesmo objetivo.
Desde quarta-feira, registaram-se três incidentes violentos na capital francesa, incluindo um sequestro, que, no total, fizeram 20 mortos e começaram com o ataque ao Charlie Hebdo.
Depois de dois dias em fuga, os dois suspeitos do ataque, os irmãos Said Kouachi e Cherif Kouachi, de 32 e 34 anos, foram mortos na sexta-feira, na sequência do ataque de forças de elite francesas a uma gráfica, em Dammartin-en-Goële, nos arredores da cidade, onde se tinham barricado.
Na quinta-feira, foi morta uma agente da polícia municipal, a sul de Paris, tendo a polícia estabelecido "uma ligação" entre os dois ‘jihadistas' suspeitos do atentado ao Charlie Hebdo e o presumível assassino.
Na sexta-feira, ao fim da manhã, cinco pessoas foram mortas num supermercado 'kosher' (judaico) do leste de Paris, numa tomada de reféns, incluindo o autor do sequestro, que foi morto durante a operação policial.
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