Comediante lendário cujo humor é actualmente pouco apreciado nos EUA,
Jerry Lewis será homenageado pela Academia de Artes e Ciência Cinematográficas na próxima cerimónia de entrega de prémios com a atribuição do Jean Hersholt Humanitarian Award, um galardão que distingue membros da comunidade do cinema que se distinguiram por razões humanitárias.
No caso de Lewis, a razão do prémio prende-se com o seu trabalho em prol da luta contra a distrofia muscular, em que é muito activo desde a década de 50.
Lewis, com 82 anos, é um dos mais célebres e influentes humoristas da história do cinema.
A sua carreira começou nos anos 40, numa delirante parceria com Dean Martin, com o qual fez 16 filmes.
O êxito esmagador permitiu-lhe lançar-se numa carreira a solo de enorme êxito, que lhe permitiu deter o controlo total dos seus filmes, muitos dos quais produziu, escreveu, realizou e protagonizou.
Entre os melhores, contam-se
«Jerry no Grande Hotel»,
«Jerry 8 e ¾» e
«As Noites Loucas do Dr.Jerryll».
Embora a crítica francesa o elevasse progressivamente à condição de génio absoluto, o público norte-americano foi perdendo o interesse por ele a partir de meados dos anos 60.
De lá a cá, parece haver algum embaraço entre os norte-americanos pelo seu estilo de humor, o que o tem impedido de receber os galardões de carreira que, nesta fase da vida, habitualmente se reservam aos grandes do cinema.
A
Academia de Artes e Ciência de Hollywood contornou a questão de forma habilidosa: atribuindo-lhe o
Jeran Hersholt Humanitarian Award, que é também uma estatueta dourada, pelas suas inatacáveis actividades humanitárias.
Até hoje, estima-se que Lewis já tenha doado cerca de 250 milhões de dólares para a Associação de Distrofia Muscular, que ajudou a criar em 1954, e angariado ao todo cerca de dois bilhões de dólares para a causa.
Sid Ganis, presidente da Academia, afirmou que «Jerry é um humorista lendário que não só trouxe o riso a milhões em todo o mundo como ajudou milhares e milhares através da angariação de fundos e da consciencialização para aqueles que sofrem de distrofia muscular».
O Jean Hersholt Humanitarian Award é atribuído pela Academia sem periodicidade fixa desde 1956.
Paul Newman,
Elizabeth Taylor,
Audrey Hepburn e
Quincy Jones são alguns dos artistas que já foram distinguidos com ele.
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