A caminho dos
Óscares 2021
"Estou aqui na minha casa no País de Gales. Aos 83 anos, não esperava ganhar este prémio, não esperava mesmo", confessou Anthony Hopkins através do Instagram ao agradecer o Óscar de Melhor Ator, atribuído na madrugada de domingo para segunda, pela sua interpretação no drama "O Pai".
Três décadas após a vitória por "O Silêncio dos Inocentes", o britânico tornou-se o maior veterano a ganhar na categoria com o filme de Florian Zeller, que chega aos cinemas a 6 de maio. Mas como não estava em Los Angeles, onde decorreu a cerimónia de entrega dos Óscares, nem na "hub" de Londres, mas num hotel no País de Gales, não houve discurso de agradecimento - e como o galardão foi último a ser entregue, em vez do de Melhor Filme, a cerimónia acabou a correr e sem o seu habitual ponto alto de entusiasmo.
A reação acabou por chegar horas depois, já de manhã, com Hopkins a sugerir que não tinha ficado acordado durante a cerimónia porque esperava que o vencedor fosse outro - como aliás esperavam muitos. "Estou muito grato à Academia - obrigado. Quero prestar tributo a Chadwick Boseman, que nos deixou demasiado cedo. Mais uma vez, muito obrigado a todos. Não estava mesmo à espera disto, sinto-me privilegiado e honrado, obrigado", disse num vídeo.
A vitória de Hopkins terá sido das mais surpreendentes da noite, uma vez que Boseman era apontado como o vencedor da categoria de Melhor Ator pelo seu papel em "Ma Rainey: A Mãe do Blues". Caso vencesse, assinalaria o primeiro Óscar póstumo para um ator negro - o afro-americano morreu em agosto passado, vítima de cancro.
O facto de ter sido preterido foi acolhido com estranheza na cerimónia e com alguma indignação nas redes sociais, com vários espectadores e profissionais a lamentarem a derradeira oportunidade de o premiar. "Chadwick merecia mesmo", sublinhou o realizador Matthew Cherry. "Esperem, que final ao estilo de 'A Guerra dos Tronos' foi aquele? Andra Day e Chadwick Boseman foram roubados", criticou Joy Reid, correspondente da MSNBC.
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