A caminho dos
Óscares
Pelas contas da Academia, já são 86 os intérpretes galardoados com o Óscar de Melhor Ator ao longo dos últimos 95 anos.
Houve, portanto, nove a merecer a distinção mais que uma vez: Spencer Tracy em 1937 e 1938, por «Lobos do Mar» e «Homens de Amanhã»; Fredric March em 1932 e 1946, por «O Médico e o Monstro» e «Os Melhores Anos das Nossas Vidas»; Gary Cooper em 1941 e 1952, por «Sargento York» e «O Comboio Apitou Três Vezes»; Marlon Brando em 1954 e 1972, por «Há Lodo no Cais» e «O Padrinho»; Dustin Hoffman em 1979 e 1989, por «Kramer contra Kramer» e «Rain Man – Encontro de Irmãos»; Tom Hanks em 1993 e 1994, por «Filadélfia» e «Forrest Gump»; Jack Nicholson em 1975 e 1997, por «Voando Sobre um Ninho de Cucos» e «Melhor é Impossível»; Sean Penn em 2003 por «Mystic River» e 2008 por «Milk»; Anthony Hopkins em 1991 por «O Silêncio dos Inocentes» e em 2021 por «O Pai»; e Daniel Day-Lewis que tem o recorde de três estatuetas nesta categoria, recebidas em 1989, 2007 e 2012, respetivamente por «O Meu Pé Esquerdo», «Haverá Sangue» e «Lincoln».
A categoria existe desde a primeira cerimónia, em 1929, mas nos primeiros dois anos consagrava o trabalho do ator por todos os filmes que fizera no respetivo ano.
Logo na terceira cerimónia, a regra mudou, com apenas um dos filmes a ser citado no prémio final embora com mais que uma película a surgir nos boletins de voto.
Finalmente, a partir da quarta cerimónia, em 1931, instaurou-se o atual sistema de que é a interpretação num determinado filme de cada ator que é alvo de nomeação.
Até à oitava cerimónia, em 1936, o galardão destinava-se a todos os atores mas a partir da nona cerimónia, em 1937, a categoria dividiu-se em Ator Principal e Ator Secundário, o que se mantém até hoje.
Veja na galeria todos os vencedores do Óscar para Melhor Ator
Os atores com mais nomeações ao Óscar de Melhor Ator são Laurence Olivier e Spencer Tracy, com nove cada, seguidos de perto por Jack Nicholson, Paul Newman e Peter O’Toole com oito, sendo este último o intérprete mais vezes nomeado sem qualquer vitória.
Só uma vez o galardão foi atribuído postumamente, a Peter Finch, por «Escândalo na TV», mas James Dean, Spencer Tracy, Massimo Troisi e Chadwick Boseman foram também nomeados após o respetivo falecimento.
Apesar de, na cerimónia referente a 1931-1932, Frederic March e Wallace Beery terem empatado como vencedores do troféu de Melhor Actor, o primeiro teve mais um voto que o segundo. Contudo, de acordo com as regras da Academia na época, a margem era tangencial o suficiente para ser considerado um empate, algo que pouco anos depois deixaria de ser possível. Na verdade, nas categorias de interpretação, só uma vez houve um empate com número idêntico de votos: em 1969, com Katharine Hepburn e Barbra Streisand a ganhar, respetivamente, por «Um Leão no Inverno» e «Funny Girl - Uma Rapariga Endiabrada».
Três atores foram nomeados duas vezes pela mesma personagem Bing Crosby como Padre O’Malley por «O Bom Pastor» e «Os Sinos de Santa Maria» (ganhou à primeira), Peter O’Toole como Rei Henrique II por «Beckett» e «Um Leão no Inverno» e Paul Newman como «Fast» Eddie Felson em «A Vida é um Jogo» e «A Cor do Dinheiro» (ganhou à segunda).
Só dois atores recusaram até hoje o galardão: George C. Scott pelo filme «Patton» em 1971 e Marlon Brando por «O Padrinho» em 1973. O primeiro recusou ir à cerimónia por considerar que a ideia dos prémios promovia a rivalidade entre os colegas e o segundo enviou em seu lugar a índia Sacheen Littlefeather em protesto com a forma com os nativos americanos eram tratados pelos filmes de Hollywood.
Em 2022, uma polémica inesperada afetou indiretamente a categoria: Will Smith agrediu em palco o apresentador Chris Rock e momentos depois ganharia o troféu de Melhor Ator pela interpretação em “King Richard - Para Além do Jogo”, que aceitou de lágrimas nos olhos. O momento correu mundo, com fortíssimas críticas ao artista, que se demitiu da Academia e se desdobrou em desculpas públicas, sendo banido por 10 anos de todos os eventos promovidos pela organização.
Até à data, Anthony Hopkins foi o mais idoso vencedor do Óscar de Melhor Ator, ganhando aos 83 anos por «O Pai», sendo também o mais idoso intérprete a ganhar numa categoria competitiva, e Adrien Brody foi o mais jovem de todos, conquistando aos 29 anos a estatueta dourada por «O Pianista».
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