Não é só na rodagem dos seus filmes que Ridley Scott é rápido, prático e direto: as respostas aos que os criticam seguem o mesmo estilo.
A poucas semanas de festejar 87 anos, o cineasta está de volta aos cinemas com "Napoleão", o retrato cinematográfico de uma das figuras mais complexas da história, interpretado por Joaquin Phoenix, desde a sua espetacular ascensão ao poder à sua queda retumbante e o encontro que o marca para a vida com a cortesã Josephine de Beauharnais, papel de Vanessa Kirby.
As reações ao filme têm sido díspares, mas o entusiasmo é mais notório na Grã-Bretanha do que na própria França: o crítico do jornal Le Figaro diz que o filme se podia ter chamado "Barbie e Ken sob o Império", a edição nacional da GQ descreveu-o como "profundamente desajeitado, antinatural e involuntariamente desajeitado".
Já citando Patrice Gueniffey, biógrafo de Napoleão Bonaparte, a Le Point diz que é um filme "muito anti-francês e pró-britânico".
Quando a BBC lhe pediu uma reação, Ridley Scott, que vive em França há muitos anos, não foi de modas e recordou a reação da antestreia mundial: "Os franceses nem gostam de si mesmos. O público a quem o mostrei em Paris adorou".
Durante o filme com 159 minutos de duração, Napoleão (1769-1821) surge a ver a rainha Maria Antonieta a morrer na guilhotina durante a Revolução Francesa e a ordenar o disparo de uma bala de canhão contra a Esfinge no Egito. Alguns historiadores colocam em causa estas "distorções artísticas".
O realizador diz que 10.400 livros foram escritos sobre Napoleão, "o que é um todas as semanas desde que morreu".
A esses críticos, preferiu colocar uma pergunta: "Estiveram lá? Ah, não estiveram. Portanto, como é que sabem?".
"Napoleão" chega esta quinta-feira aos cinemas portugueses.
TRAILER LEGENDADO.
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