"O Irlandês" vai estrear nos cinemas de Nova Iorque e Los Angeles a 1 de novembro, expandindo para outras cidades americanos e ainda na Grã-Bretanha no dia 8 antes de ficar disponível na Netflix a seguir ao feriado da Ação de Graças nos EUA, a partir de dia 27 (incluindo em Portugal).
Com esta decisão, as principais salas de cinema nos EUA não vão mostrar o filme de Martin Scorsese, o que terá repercussões fora daquele país porque alguns dos maiores exibidores, bem como os próprios estúdios, têm participações noutras cadeias a nível mundial.
Há um ano, "Roma", de Alfonso Cuarón, outra grande produção Netflix, também foi rejeitada pelas grandes exibidoras de cinema mundiais, ficando apenas disponível no circuito independente e alternativo (em Portugal, nas salas da Medeia Filmes e a Midas Filmes).
A divergência volta a ser a dos prazos de exibição: os 27 dias exclusivos nos cinemas agora anunciados para "O Irlandês", mais seis do que teve "Roma", ficam abaixo da janela tradicional dos 90 que os exibidores exigem às produções dos grandes estúdios de Hollywood.
Scorsese sempre insistiu num lançamento nas salas de cinema e há vários meses que se arrastavam as negociações entre Netflix e alguns dos principais exibidores, nomeadamente os AMC Theatres, o maior a nível mundial, com 11 mil ecrãs, para chegar a um acordo que permitisse exibir nas salas não só "O Irlandês" como outros títulos da plataforma de streaming.
O filme de Scorsese é a principal aposta da Netflix para os prémios de cinema e junta pela primeira vez em 24 anos o realizador com Robert De Niro e Joe Pesci, dois dos principais atores que o acompanharam na sua carreira, nomeadamente nos clássicos "O Touro Enraivecido" (1980) e "Tudo Bons Rapazes" (1990).
No elenco estão ainda Harvey Keitel, que trabalhou com Scorsese e De Niro em "Os Cavaleiros do Asfalto" e "Taxi Driver", bem como Anna Paquin, Bobby Cannavale e Ray Romano, mas a outra grande atração é Al Pacino, uma estreia absoluta no universo "scorsesiano".
Com antestreia mundial confirmada para o Festival de Nova Iorque a 27 de setembro, o filme é descrito como uma "saga épica sobre o crime organizado nos Estados Unidos" após a Segunda Guerra Mundial, pelo olhar de Frank "The Irishman" Sheeran (De Niro), assassino a soldo da Máfia responsável pela morte de 25 pessoas.
Numa viagem através do crime organizado, com os seus meandros, rivalidades e ligações à esfera política, a história abrange várias décadas e relata um dos maiores mistérios por resolver nos EUA: o desaparecimento do dirigente sindicalista Jimmy Hoffa (Al Pacino).
"O Irlandês" é também um projeto de longa maturação de Scorsese em que nenhum outro estúdio de Hollywood quis apostar: o orçamento terá derrapado e chegou aos 200 milhões de dólares, o que faz deste um dos filmes mais caros da história do cinema.A razão principal é a complexidade que transparece nas imagens: os atores foram rejuvenescidos digitalmente 30 anos pela empresa ILM, responsável pelos efeitos especiais de filmes como "A Guerra das Estrelas".
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