John Lasseter anunciou esta sexta-feira ao fim da tarde nos EUA que abandonará a Disney e a Pixar no final do ano.
Até essa altura irá manter um papel não especificado de "consultor".
O realizador pioneiro de "Toy Story" e "Toy Story 2" e chefe criativo tanto da Disney como da Pixar, de 61 anos, estava de licença desde novembro do ano passado, quando admitiu num comunicado interno que causou "incómodo" à sua equipa com abraços indesejados e que falhou em garantir uma cultura de "confiança e respeito" entre os seus funcionários.
"Os últimos seis meses deram-me a oportunidade de refletir sobre a minha vida, a minha carreira e as minhas prioridades pessoais", assinalou em comunicado divulgado pela Disney.
"Apesar de continuar dedicado à arte da animação e inspirado pelo talento criativo na Pixar e na Disney, decidi que no final deste ano será o momento correto para começar a dedicar-me a novos desafios criativos", acrescentou.
"O John teve uma carreira distinta na Pixar e na Disney Animation, reinventando o negócio de animação, assumindo riscos incríveis e contando histórias intemporais originais e de alta qualidade", comentou também o CEO da Disney, Robert Iger.
Conhecido por transformar a Pixar de um pequeno departamento de efeitos informáticos da Lucasfilm no estúdio de animação com mais sucesso do mundo, John Lasseter, vencedor de dois Óscares, não era só um dos mais bem-sucedidos animadores da História: muitos viam-no como o sucessor de Walt Disney.
A Walt Disney Company comprou a Pixar em 2006 e desde então Lasseter supervisionava a produção de ambos os estúdios como chefe criativo.
Em maio, o Wall Street Journal informava que os responsáveis da Disneu estavam a pensar autorizar o regresso de Lasseter, mas num papel com menos poder de gestão e sem autoridade para contratar e despedir funcionários, mas com total influência criativa sobre os muitos projetos de animação do estúdio.
A sua saída acaba por ser um capítulo da onda de escândalos de abuso sexual em Hollywood originada pelas denúncias contra o produtor Harvey Weinstein.
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