Francis Ford Coppola ouviu elogios dos atores após convidá-los para uma sessão no cinema da nova versão de "O Padrinho: Parte III".

Com um novo início e final, além de cenas, planos e entradas de banda sonora reeditadas e reordenadas, o mau amado filme de 1990 que marcou a despedida dos Corleone do cinema continua a passar-se em 1979, mas tem agora menos 12 minutos e chama-se "Mario Puzo's The Godfather, Coda: The Death of Michael Corleone" ["O Padrinho' de Mario Puzo, Coda: A Morte de Michael Corleone", sem tradução literal], tal como o lendário cineasta e o escritor Mario Puzo sempre desejaram.

Numa introdução em vídeo, Coppola disse esperar que esclareça o que significavam os filmes anteriores, "O Padrinho" [1972] e "O Padrinho: Parte II" [1974], vencedores dos Óscares e considerados entre os mais importantes da história do Cinema.

Sem estragar as alterações para os fãs da grande família mafiosa, pode-se destacar que, ao contrário do que se viu no final da versão com 30 anos, a referência no novo título à "morte de Michael Corleone" deve ser interpretada de forma ambígua.

Em declarações ao jornal The New York Times, o seu intérprete, Al Pacino, elogiou o novo final, dizendo que "parece certo" e reforça a tragédia da sua personagem.

Diane Keaton, que interpretava Kay Adams, que está divorciada de Michael no início do terceiro filme, não escondeu o entusiasmo, declarando à Variety que assistir à nova versão "foi um dos melhores momentos da minha vida".

"Para mim, foi um sonho tornado realidade. Vi o filme de uma perspetiva completamente diferente. Na altura, fiquei 'Oh, não sei'. Não parecia funcionar muito bem e as críticas não foram boas. Mas o Francis reestruturou o começo e o fim e digo que funciona", disse a atriz antes de reconhecer que estava no grupo das pessoas que não tinham gostado de "O Padrinho: Parte III".

Diane Keaton também acredita que os espectadores vão dar uma nova oportunidade à muito criticada interpretação da agora aclamada cineasta Sofia Coppola como filha de Michael e Kay.

A opinião é partilhada por Andy Garcia, que interpretava Vincent Mancini, o filho ilegítimo de Sonny Corleone (James Caan) e eventual sucessor de Michael à frente da família, que se apaixonava por Mary Corleone.

"Achei que muitas coisas [reações] foram injustas sobre o filme, especialmente a forma como a Sofia foi tratada", explicou o ator ao The Hollywood Reporter, recordando que a colega foi chamada pelo pai para substituir Winona Ryder, que adoeceu por exaustão antes de começar a rodar as suas cenas em Itália.

"Se as pessoas revisitarem este filme, penso que vão ver uma interpretação muito honesta, profunda e comovente da Sofia. Acho que há uma grande tragédia na personagem, uma atuação muito corajosa, e estou muito orgulhoso do trabalho que fizemos", acrescentou.

Andy Garcia, o único do elenco nomeado para os Óscares, contou que nunca teve problemas com a primeira versão, mas reconhece que isso é influenciado pela sua proximidade.

"Há uma clareza nesta versão que o Francis queria", elogiou.

"Coda" vai ser exibido em alguns cinemas dos EUA este mês, assinalando os 30 anos da estreia do original, antes de ser lançado no formato digital.

Está ainda confirmado que chegará a alguns cinemas na Europa, nomeadamente em Espanha, em datas que não estão fechadas por causa da pandemia.

O SAPO Mag contactou a distribuidora dos filmes do estúdio Paramount em Portugal. Esta notícia será atualizada caso cheguem novas informações sobre planos para exibir a nova versão nos cinemas.

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