O argumentista e realizador Richard Curtis acha que o seu trabalho para o cinema e a TV não está a envelhecer bem.
Curtis é um dos mais famosos argumentistas britânicos de comédia de sempre, contribuindo para o sucesso das séries "Blackadder", "Mr. Bean" e "A Vigária de Dibley", antes de se virar para o cinema e escrever "Quatro Casamentos e Um Funeral" (1994), "Notting Hill" (1999), "O Diário de Bridget Jones" (2001) e "O Amor Acontece" (2003), todos com Hugh Grant, tendo realizado também o último.
Agora com 65 anos, o cineasta refletiu sobre como as mudanças sociais têm evoluído desde esses sucessos e acha que os seus filmes e séries "começam a parecer documentos históricos".
O cineasta destacou que os seus próprios filhos acham que algumas das piadas que escreveu para os seus projetos são antiquadas e erradas.
"A Scarlett, que é a minha filha mais ativista, faz o seu ativismo de uma maneira muito diferente de mim, e se alguém me atacar, ela defende-me como alguém que fez o que parecia estar correto na forma como achavam que estava correto na altura", disse durante o podcast "Desperately Seeking Wisdom With Craig Oliver".
Descrevendo como um "momento muito interessante" o atual debate na sociedade à volta de questões como raça, género, diversidade e representação, acrescentou que "todas as conversas com os meus filhos agora... eles não gostam de 20% das minhas piadas porque acham que são antiquadas e erradas de alguma forma".
Mas Richard Curtis não deixou de mostrar que o seu "velho" humor ainda está presente: "Portanto, estou realmente interessado em ver como uma geração que cresceu para ser apaixonada, zangada e pedante sobre esses temas pode vir a mudar as coisas para melhor".
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