A festejar 40 anos de carreira, Sean Bean conquistou o seu lugar como ator, mas foi de certa forma ofuscado por uma "reputação" artística invulgar: morreu 24 vezes no cinema e televisão, o que corresponde a cerca de um quarto de tudo o que fez.
Atores como Christopher Lee ou John Hurt tiveram mais "azar" no ecrã, mas Sean Bean já não se livrou da "fama" graças aos fãs das sagas "James Bond", "O Senhor dos Anéis" e "A Guerra dos Tronos".
Em 2011, o fenómeno inspirou um popular vídeo "death reel" [montagem das mortes] que o mostrava a ser alvejado, afogado, enforcado, empalado, desmembrado, decapitado, a cair para um satélite ("007 - GoldenEye") ou a ser trespassado por flechas.
Cinco anos mais tarde, o visado chegou a dizer: "Recusei coisas. Disse: 'Eles [os espectadores] sabem que a minha personagem vai morrer porque eu estou nele! Tive de cortar nisso e começar a sobreviver, caso contrário era um pouco previsível".
Apesar da relutância assumida com o tema, Sean Bean elegeu recentemente como a morte favorita a de Boromir em "O Senhor dos Anéis: A Irmandade do Anel" (2001), a cair de pé depois de ser alvejado várias vezes pelas flechas de Lurtz, comandante dos Uruks.
"'O Senhor dos Anéis' foi bom. A minha primeira morte foi num filme chamado 'Caravaggio' [1986], sobre o artista Caravaggio, de Derek Jarmain, um tipo maravilhoso, um realizador fantástico. Essa foi a minha primeira morte, cortaram-me a garganta. Tudo bem, foi no primeiro dia, portanto fica-se a pensar 'Ah, que bom' [risos]. Mas depois continua, continua e continua", contou numa entrevista recente ao ScreenRant sobre a reputação que se colou à pele.
E acrescentou: "Suponho que a melhor morte foi a de Boromir em 'O Senhor dos Anéis', foi um tipo de morte muito épica. Muito emocionante, muito comovente, e [o realizador] Peter Jackson deu-me tempo suficiente para morrer e por a render, e conseguir a música e o pathos [apelar às emoções]. Gosto dessa [morte]".
No currículo de Sean Bean está ainda a série «Sharpe» (1993-2008) e a primeira temporada de "A Guerra dos Tronos", além de filmes como «Jogos Patrióticos» (1992), «007 - Golden Eye« (1995), «Ronin» (1998), «O Senhor dos Anéis: A Irmandade do Anel» (2001), «O Tesouro» (2004), «North Country - Terra Fria», «Pânico a Bordo» (2005), «A Ilha» (2005), «Silent Hill» (2006), «Percy Jackson e os Ladrões do Olimpo» (2010), «Ascensão de Júpiter» (2015) e «Perdido em Marte» (2015).
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