O cineasta Michael Moore convoca os americanos a recuperarem a democracia no seu novo documentário, "Fahrenheit 11/9", que explora a ascensão de Donald Trump ao cargo mais poderoso do mundo e o chega a comparar a Hitler.
O título faz referência a 9 de novembro de 2016, a data em que foi anunciada a vitória de Trump nas eleições presidenciais, que significaram uma mudança sísmica na política dos Estados Unidos.
Também é uma sequela não oficial de seu "Fahrenheit 9/11" que apontou então para outro presidente republicano, George W. Bush, e foi o documentário de maior sucesso de bilheteira de todos os tempos.
A estreia nos EUA está marcada para 21 de setembro (neste momento não está prevista em Portugal) e na passadeira vermelha na quinta-feira à noite, quando o filme estreou no Festival Internacional de Cinema de Toronto, Moore disse: "A esperança, neste momento, é a nossa morte, a esperança é passiva, a esperança é ilusória".
"Neste momento, não precisamos de desejos, precisamos de ação. Estamos numa guerra para recuperar nosso país", acrescentou.
O cineasta, de 64 anos, instou os seus compatriotas a passarem todos os fins de semana até as legislativas de meio de mandato, em 6 de novembro, participando nas campanhas estatais, numa tentativa de derrotar as maiorias republicanas na Câmara de Representantes e no Senado.
"Se conseguirmos fazer isso, será um grande golpe para Trump e nos dará algum tempo", disse.
Na exibição do filme, disse à audiência: "Temos que agir como se estivéssemos na Resistência francesa. A sensação de urgência, o que queremos fazer com este filme é profundo".
O documentário começa com as altas expectativas impulsadas por empresas de sondagens e especialistas de que a democrata Hillary Clinton se tornaria a primeira mulher presidente dos Estados Unidos. Mas logo as esperanças se desvanecem.
O filme, disse Moore, "explora a questão de como os metemos nesta confusão e como saímos dela".
O documentário mistura humor e tristeza, ligando imagens das últimas notícias da televisão com entrevistas que incluem, entre outros, adolescentes sobreviventes do massacre da escola em Parkland.
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