O cineasta francês Laurent Cantet, Palma de Ouro em 2008 com "A Turma" e realizador de filmes gravados em Cuba e no Haiti, morreu na quinta-feira aos 63 anos, informou a sua agente à France-Presse.
"Ele morreu esta manhã em Paris devido a uma doença", disse Isabelle de la Patellière.
Autor de nove longas-metragens, Cantet trabalhava atualmente num novo projeto, "L’apprenti", com lançamento previsto para 2025.
Em 2012, o cineasta participou de uma obra coletiva, "7 Dias em Havana", juntamente com outros seis colegas, entre eles Benicio del Toro. A produção captou o quotidiano da capital cubana ao longo de sete episódios.
Dois anos depois voltou a Havana para filmar "Regresso a Ítaca", um filme coletivo sobre as memórias de cinco amigos após o regresso do exílio de um deles, com Isabel Santos e Jorge Perugorría no elenco.
"A Turma" passa-se num colégio de Paris e narra, com um olhar de documentário, o dia a dia de um professor de francês que leciona para adolescentes rebeldes de um bairro da periferia parisiense.
Ao tema regressaria com "O Workshop", de 2017.
Apesar de numa ter encontrado um lugar só seu no cinema que a Palma de Ouro parecia indicar, outros filmes conhecidos são "Recursos Humanos" (1999), sobre as relações profissionais numa empresa francesa, e "Para o Sul", ambientado no Haiti e filmado em 2005 com Charlotte Rampling e Karen Young.
Em "O Emprego do Tempo" (2001), contava a história de um homem despedido que inventava um emprego na ONU, em Genebra, com mentir a todos os que o rodeiam a tornar-se uma ocupação a tempo inteiro.
O seu último filme foi "Arthur Rambo" (2021), sobre a carreira de um famoso escritor árabe jovem que entra em declínio quando o exposto o seu antigo alter ego Arthur Rambo, que partilhava piadas homofóbicas e antissemitas.
O Festival de Cannes, cuja 77ª edição terá início no dia 14 de maio, citou o cineasta como um "humanista feroz, que buscou a luz apesar da violência social, que encontrou esperança apesar da dureza da realidade".
Foi um realizador e argumentista "cujo trabalho coerente e humanista desenha um cinema sensível, à flor da pele e à margem da sociedade", acrescenta a declaração.
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