Vencedor da Palma de Ouro de 2011 em Cannes com
«A Árvore da Vida»,
Terrence Malick, que que detesta aparecer em público e não viajou a Veneza, descreve no seu novo filme o amor e os conflitos de um casal franco-americano, dividido entre dois continentes, com cenas de glória e dor, afeto e tormento.
Ben Affleck,
Olga Kurylenko e Rachel McAdams protagonizam o drama, que tem uma participação pequena do espanhol
Javier Bardem, no papel de um padre em crise de vocação.
"É um filme abstrato", afirmou o diretor de fotografia, Emmanuel Lubezki, pois, segundo ele, a narrativa utiliza um ritmo e uma linguagem não convencionais, com longos momentos de silêncio.
A voz em off serve como uma espécie de elaboração filosófica da dor amorosa, tanto terrena como divina, uma constante no cinema de Malick, de 69 anos, professor de Filosofia formado em Harvard.
Os atores, que não foram a Veneza - Bardem, Affleck e McAdams -, trabalharam sem argumento ou iluminação artificial.
"É um filme sem palavras porque o silêncio é mais poderoso, a mensagem é sentida com o coração", explicou Kurylenko.
O amor segundo Burshtein
Na mostra oficial também foi exibido neste domingo o israelita «Lemale et ha'chalal», de Rama Burshtein, tragicomédia sobre uma família de judeus ortodoxos em busca de uma esposa para um jovem viúvo.
«Lemale et ha'chalal» ("Preencher o espaço") apresenta outro olhar, completamente diferente, sobre a relação do casal e o matrimônio.
Ambientado em Tel Aviv, o filme, como diz a cineasta, convertida ao judaísmo ortodoxo, relata "a combinação de dor e alegria que é a vida", e de uma maneira particular aborda os mesmos temas de Malick.
O filme é uma história sobre o dever de Shira, filha mais nova de uma família judaica ortodoxa, de decidir entre o desejo de seguir o que manda seu coração ou cumprir as exigências dos pais.
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