Um vídeo viral com Keanu Reeves deu origem a uma revelação viral sobre um alegado comportamento de comediante Mike Myers há mais de 15 anos.
Esta semana, o locutor de rádio Jay Brody reagiu a um vídeo que se tornou viral onde se via Keanu Reeves a transportar equipamento durante a rodagem de "John Wick: Capítulo 4".
"As pessoas que dizem que 'ele não devia ser elogiado por ajudar' não fazem ideia do que é trabalhar no cinema. Mike Myers fez com que me despedissem do 'set' de 'O Guru do Amor' porque estabeleci contacto visual com ele, e eu estava lá como o seu guarda-costas... deem valor ao Keanu", escreveu Jay Brody nas redes sociais.
Quando estas declarações começaram a ter um impacto que ultrapassou os seus poucos milhares de seguidores, o locutor esclareceu à revista Entertainment Weekly que não era o guarda-costas do ator, mas sim o responsável pela segurança da área onde estava a sua autocaravana durante a rodagem.
"O Mike não sabe nada sobre isto. Não sabe se alguém foi contratado ou despedido", respondeu um representante do ator à mesma revista quando o relato se tornou viral. Quando a revista Variety pediu um comentário adicional, este representante remeteu para as citações "precisas" que já tinha dado, dando por encerrado o tema.
Note-se que o relato não é inédito: circula há vários anos a teoria de que a carreira do comediante foi prejudicada por ter alienado gente a mais em Hollywood por causa da reputação de ser "completamente maluco" nas rodagens e fazer todos os que trabalham com ele detestá-lo, ainda que falem nele como "um génio".
Descrito como "um maníaco do controlo temperamental, egomaníaco e mal-humorado", também existe o relato de ter feito com que um trabalhador fosse despedido de «Austin Powers» por encará-lo nos olhos.
Nas respostas ao comentário inicial e no seu programa de rádio, Jay Brody deu mais informações e recebeu relatos de outras pessoas que trabalharam em "O Guru do Amor" a confirmar que também conheciam a regra de "não olhar" para Mike Myers.
"'Basicamente, vais tomar conta da autocaravana do Mike Myers no set no filme, onde quer que eles vão'. E eu respondi, 'Parece bastante simples, já fiz isso antes'", recordou o locutor sobre o contacto para trabalhar na segurança.
"'Aqui está o problema, não podes olhar para ele'. E eu fiquei do género 'Preciso olhar para ele para vê-lo como o seu guarda-costas'. E eles responderam, 'Se olhares para ele, vais ser despedido", acrescentou.
A experiência foi rápida: "Estou sentado no set, no primeiro dia, na primeira hora, ainda não sabemos o aspeto dele [caracterizado para o filme]. E acabo de ver um homem a aproximar-se com uma grande peruca, uma barba falsa, e fico tipo, 'Acho que é o Mike Myers'. Olho para baixo para não o encarar porque não quero ser despedido, mas apercebo-me que não posso simplesmente deixar entrar qualquer pessoa na autocaravana, portanto olho para cima, vejo o seu olhar durante um segundo, faço-lhe um aceno para que ele saiba que está tudo bem e desvio o olhar. No espaço de uma hora, recebo um telefonema a avisar-me que estava despedido e tenho de abandonar o set porque não cumpri esta regra bizarra".
Nas respostas aos seguidores, o locutor disse que todas as pessoas que conhece que tiveram o mesmo trabalho só duraram um dia pela mesma razão.
Garantido que teve este tipo de trabalho durante anos e outras produções também tinham a regra para não perturbar a concentração dos atores, o agora locutor garante que "nunca vi nada assim".
"Trabalhei em imensos sets de rodagem que tinham esta regra, nunca tive um problema. Isto não era a mesma coisa. Fui colocado na sua autocaravana, estacionada fora do set, numa área pública no centro de Toronto. O meu trabalho era garantir que ele estivesse seguro e que apenas ele ou seu assistente entrassem", notou.
A má experiência profissional não teve impacto, esclareceu: "Quando fomos contratados, essencialmente disseram-nos que ele acabaria por nos despedir de qualquer forma em menos de uma semana e não nos preocupássemos porque isso não teria impacto nas oportunidades de trabalhar noutros projetos na cidade. E não teve".
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