Olivia Munn criticou Ben Affleck e o irmão Casey Affleck, além do realizador Tarantino, por não terem enfrentado consequências a sério pelos comportamentos inapropriados que foram conhecidos durante a onda de denúncias do movimento #MeToo.
O tema surgiu durante uma uma entrevista no programa "AM2DM" do BuzzFeed News porque a atriz tem sido uma das principais ativistas.
Após o início do movimento, ela e mais cinco mulheres acusaram o realizador Brett Ratner de assédio sexual. Alguns meses mais tarde, apelou ao corte de uma cena de "Predador" após descobrir que, sem o seu conhecimento, contracenara com um ator condenado por crimes sexuais.
Ao falar das mudanças na indústria após o início #MeToo, Oliva Munn disse que "haverá os que esperam poder deixar isto para trás e que as pessoas podem simplesmente esquecer. Temos coisas com os Afflecks [Ben e Casey], com os dois. Continuam em frente à espera que ninguém vá descobrir. Temos o [Quentin] Tarantino, que admitiu comportamento abusivo em rodagem e de também saber o que o [produtor] Harvey Weistein andava a fazer".
Olivia Munn defendeu que a redenção é possível desde que o abusador faça por merecer a oportunidade: "Quando a maioria das pessoas faz asneira, tem de voltar ao fim da fila e merecer voltar a subir. Mas há alguns homens que, quando fazem asneira, dizem 'Opps, desculpem, fiz mal' e depois voltam ao mesmo lugar na fila".
"A questão não é que eles não sejam incrivelmente talentosos por mérito próprio, mas quando é dada a oportunidade de ter algum tipo de poder e se abusa desse poder, acho que imediatamente se perde todo o estatuto e não tem mais esse poder. E devem dar espaço a outras pessoas para terem a oportunidade de serem grandes realizadores, argumentistas, produtores ou atores. E os abusadores têm de ir para o fim da fila. A redenção é possível, mas têm de a merecer, como acontece com toda a gente", concluiu.
No caso de Casey Affleck, a atriz estava a referir-se às duas mulheres envolvidas na produção do "documentário falso" que fez com Joaquin Phoenix "I’m Still Here" (2010), que avançaram com acusações de assédio sexual.
Houve um acordo confidencial fora dos tribunais e apesar de impedido de revelar pormenores concretos, o ator admitiu que o ambiente da rodagem foi "pouco profissional"
Já Ben Affleck foi denunciado por alegadamente ter tocado de forma inapropriada a atriz Hilarie Burton, da série "One Tree Hill", quando apresentaram uma cerimónia há quase 20 anos. Rose McGowan também o acusou de conhecer os comportamentos de Harvey Weinstein.
Quentin Tarantino viu-se em apuros por admitir que conhecia vários episódios a envolver o produtor e o jornal New York Times publicar imagens de um acidente de automóvel durante a fase final da rodagem de "Kill Bill" (2003-2004) que deixaram lesões permanentes no pescoço de Uma Thurman, bem como outras histórias controversas sobre métodos e abusos de poder durante as rodagens de outros filmes.
Uma Thurman culpou os produtores Lawrence Bender, E. Bennett Walsh e Harvey Weinstein por terem feito tudo para ocultar o que tinha acontecido, mas o realizador descreveu o acidente como "um dos maiores arrependimentos" da carreira e da vida, confirmando que houve uma quebra de confiança que levou alguns anos a reparar entre ele e a atriz que considera a sua musa e tornou uma estrela com "Pulp Fiction" (1994).
Tarantino defendeu as outras ações, garantindo que, além de ter sido feitas de comum acordo, eram cenas complexas que só ele podia garantir que ficavam bem feitas.
Diane Kruger, que acabou envolvida na polémica quando se soube que também tinha sido o realizador a estrangulá-la numa cena perto do final de "Sacanas Sem Lei" (2009), garantiu que este não "abusou do seu poder" e teve uma excelente experiência em que foi tratada com "o maior respeito".
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