A nova proposta do premiado cineasta greco-francês Costa-Gavras e um filme de terror, a longa-metragem de estreia do espanhol Pedro Martín-Calera, são as principais atrações do Festival de Cinema de San Sebastián de quarta-feira.
"Le dernier souffle” ("O último suspiro", em tradução livre), do veterano cineasta nascido no Peloponeso, entrará na disputa pela Concha de Ouro.
Vencedor de um Óscar pelo argumento de "Missing - Desaparecido" (1982) e conhecido por dramas políticos como "Z - A Orgia do Poder" (1969), "O Enigma da Caixa de Música" (1989) e "Amen" (2002), o realizador de 91 anos traz uma longa-metragem baseada em debates filosóficos sobre a morte entre o médico Augustin Masset e o escritor Fabrice Toussaint.
"Estou a chegar a uma idade na qual o horizonte da vida está cada vez mais próximo e há muito tempo me pergunto: como será, como terminaremos, como nos sentiremos, terminaremos com medo e terror ou terminaremos com dignidade”, disse na conferência de imprensa.
“Le dernier souffle” será exibido na secção oficial, onde competirá com filmes que foram bem recebidos pela crítica, como ‘On Falling’, da portuguesa Laura Carreira, "Conclave", do alemão Edward Berger, e ‘Los Destellos’, da espanhola Pilar Palomero.
Terror psicológico
Também esta quarta-feira, “El llanto”, a primeira longa-metragem de Martín-Calero, que até agora se dedicava a videoclipes e curtas-metragens, entra na corrida pelo prémio principal.
Na história de terror, várias mulheres são perseguidas por uma presença, em diferentes países e épocas.
Na primeira parte, na Espanha, Andrea (Ester Expósito) começa a ouvir choro nos seus fones de ouvido enquanto caminha pela rua. Em seguida, começa a ver um vulto que só aparece quando ela se grava em vídeos que envia para o namorado.
Décadas antes, na cidade argentina de La Plata, Camila (Malena Villa) é uma estudante de cinema que sai com uma câmara para encontrar um tema para o seu próximo projeto.
Ela também ouve os gritos e filma a presença assombrosa de uma rapariga francesa, Marie (Mathilde Ollivier), que tem um passado que pode unir as histórias.
"É um filme de muito terror psicológico", explicou Martín-Calero na conferência de imprensa, na qual confessou ser grande "fã" do género.
O principal da história são "as tensões, as cenas vão acumulando tensões, não há grandes explosões", continuou o realizador, que queria dar mais peso à "atmosfera" na qual as personagens se desenvolvem.
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