“Tendo em conta os objetivos do festival de lançar o olhar para a compreensão da realidade dos indivíduos e das comunidades queer, “Kenya”, além de cumprir os objetivos, é um espelho social para a condição de trabalhadoras do sexo mexicanas que têm a rua como lugar de existência, mas também de resistência, avaliou o júri que premiou o filme, de acordo com o comunicado divulgado no sábado.
““Kenya” aborda com cuidado a vida de mulheres trans. É um filme digno, sensível e pedagógico sendo capaz de nos mobilizar para a transformação”, acrescentou o júri.
Ainda na competição oficial, o filme “Carvão”, de Carolina Markowicz, mereceu uma menção especial.
O Prémio Casa Comum distinguiu como melhor filme a produção portuguesa “Entre a Luz e o Nada”, de Joana de Sousa, uma curta-metragem que centra a narrativa “numa diversidade de temas contemporâneos relevantes, tais como, vivências urbanas, questões de género, experiências psicotrópicas, saúde mental, família e sexualidade”, refere-se no comunicado.
“Como fator distintivo, consideramos, aqui, que a ficção científica serve de veículo para a articulação entre o passado e o futuro, entre o global e o local, transformando a narrativa num registo ‘pop queer’ muito atual, didático e acessível. Tal inscreve esta curta-metragem na urgência retrofuturista da criação artística contemporânea que tem vindo a sustentar um projeto concertado de ativismo/artivismo”, acrescenta o júri.
Ainda no Prémio Casa Comum, o Prémio do Público foi entregue à produção portuguesa “Dildotectónica”, de Tomás Paula Marques, também uma curta-metragem, de 16 minutos, “que se apresenta como um documentário ficcional que desconstrói e questiona - de forma acutilante - a sociedade falocêntrica e heterocisnormativa prevalecente”.
“A 9.ª edição do Queer Porto teve lugar no recentemente renovado Batalha Centro de Cinema, permitindo ao festival uma nova dinâmica na programação e organização das suas sessões e atividades. Nas salas do Batalha e na Casa Comum da Reitoria da Universidade do Porto, o festival refletiu sobre questões de migrações e fronteiras, a par de um programa que nos ofereceu um vasto panorama das diferentes comunidades queer, nas suas diversas geografias”, refere a organização, em comunicado.
A edição deste ano dedicou ainda uma retrospetiva “de enorme impacto junto do público” à realizadora irlandesa Vivienne Dick, que marcou presença no festival a convite da organização.
O Queer Porto regressa em outubro de 2024, para a sua 10.ª edição.
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