John Lasseter, que foi forçado a suspender a posição de chefe criativo da Disney e da Pixar em novembro de 2017 e deixou os estúdios no final de 2018 após várias denúncias de comportamento inapropriado, prepara-se para dirigir outro estúdio de animação.
A Skydance Media anunciou esta quarta-feira (9) que Lasseter, conhecido por transformar a Pixar de um pequeno departamento gráfico da Lucasfilm no estúdio de animação mais bem sucedido do mundo, passará a dirigir a sua divisão de animação, fundada em 2017.
"John é um talentoso criativo e executivo cujo impacto na indústria da animação não pode ser menosprezado", disse em comunicado o presidente do Skydance Media, David Ellison.
"Foi responsável por levar a animação à era digital, ao mesmo tempo que contava histórias incomparáveis que continuam a inspirar e entreter o público em todo o mundo", acrescentou.
John Lasseter anunciou a sua demissão como diretor criativo da Disney em junho passado, após menos de um ano de licença, devido a uma série de denúncias sobre comportamentos com mulheres, nomeadamente "agarrar, beijar e fazer comentários sobre atributos físicos". Terá mantido um papel de consultor até ao fim de 2018.
A sua saída ocorreu no âmbito da onda de escândalos de abuso sexual que sacudiram Hollywood e que começaram com as denúncias de abuso contra o produtor Harvey Weinstein, que deram início a movimentos como #MeToo e Time's Up.
Ellison esclareceu que a decisão não foi tomada sem reflexão: "John reconheceu e pediu desculpas pelos seus erros e durante este último ano longe do trabalho, esforçou-se por corrigi-los".
Um dos mais bem-sucedidos animadores da história, vencedor de dois Óscares e realizador de sucessos como "Toy Story", "Uma Vida de Insecto" e "Carros", visto antes do escândalo por muitos como o sucessor de Walt Disney, Lasseter disse que dedicou o último ano a fazer uma reflexão profunda.
"Aprendi como os meus atos fizeram com que os meus colegas se sentissem incomodados sem querer, o que lamento profundamente e pelo qual peço desculpas. Foi instrutivo e penso que me tornará um líder melhor", declarou.
"Não quero mais do que a oportunidade de voltar às minhas raízes criativas", prosseguiu.
"Construir e inventar de novo. Uno-me à Skydance com o mesmo entusiasmo que me levou a ajudar a construir a Pixar, com o firme desejo de contar histórias originais e diversas para o público de todo o mundo", concluiu.
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