James Earl Jones não voltará a gravar novos diálogos como Darth Vader.
Após ser a voz do icónico vilão de "Star Wars" desde 1977, o ator gravou pela última vez uma frase para "Star Wars: Episódio IX - A Ascensão de Skywalker" em 2019.
Agora, uma reportagem da Vanity Fair confirmou que a voz do ator de 91 anos se alterou com a idade e este se reformou do papel.
No entanto, a sua voz continuou a ouvir-se na recente minisérie "Obi-Wan Kenobi" e agora está esclarecido o mistério: o ator cedeu os direitos para que as gravações no arquivo continuem a ser usadas para manter Vader vivo com a ajuda, ironicamente, de um programa de inteligência artificial desenvolvido pela Respeecher, uma 'start-up' da Ucrânia.
"Ele mencionou que estava a pensar reformar-se desta personagem específica", recordou Matthew Wood, um veterano na edição de som na Lucasfilm, com 32 anos de experiência.
Para seguir em frente, o ator foi apresentado ao trabalho da empresa emergente Respeecher, contratada pelo estúdio porque o seu programa consegue gerar performances vocais com "um toque humano muitas vezes indescritível" e já tinha criado a voz de um jovem Luke Skywalker para a minisérie "O Livro de Boba Fett".
O nome de James Earl Jones aparece nos créditos da produção para o Disney+ e Wood descreveu a sua contribuição como a de um "padrinho generoso" que, informado sobre os planos do estúdio para Vader, se manteve envolvido no processo de aperfeiçoar a voz, orientando a interpretação e dando conselhos sobre continuar na direção certa com a personagem.
A Vanity Fair revela que o trabalho de criar uma versão da voz de James Earl Jones como Vader de há 45 anos foi feito contra o tempo: sob a ameaça de guerra, os ficheiros de dados foram enviados a 24 de fevereiro, o dia que as tropas de Putin cruzaram a fronteira.
Com a relutância da Lucasfilm em pedir trabalhos de aperfeiçoamento sob o som das sirenes de ataque aéreo, foi a Respeecher que insistiu em continuar, com os programadores entre as cidades de Kyiv e Lviv a trabalharem nos sítios mais recônditos, onde as janelas foram tapadas por tampos de mesa, livros e o que mais pudesse ser usado para mitigar o impacto de eventuais explosões.
Um trabalho que continua, "principalmente em projetos que ainda são secretos", avança a revista.
"Criamos postos de trabalho para as pessoas, criamos empregos, pagamentos salários, contribuímos para a economia ucraniana e isso é bastante significativo. Mas também espero que mais pessoas ouçam sobre a Ucrânia – sobre a nossa comunidade de tecnologia, sobre as nossas 'start-ups' – por causa disso", notou com orgulho Alex Serdiuk, o CEO e co-fundador da empresa.
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