Uma metáfora da situação presente na Guiné-Bissau localizada algures entre o abismo da guerra e a existência de uma aldeia musical chamada Tabatô que não é conhecida pela maioria dos jovens do país.
Segundo o realizador João Viana, «a primeira vez que ouvi falar deste fenómeno foi na Alemanha. Um jovem violinista de formação clássica confessou-me que sonhava partir para uma aldeia mítica entre os jovens alemães, situada no centro de África, e constituída por músicos onde se aprendia djambé. De repente aquilo pareceu tão próximo de mim que se fez um clic. Quando era pequeno, em África, os pais mandavam as crianças para a Alemanha para aprender música. Agora estava tudo ao contrário. E ainda bem. Porque as coisas estão mesmo ao contrário. Nós, europeus, é que não as vemos. O mundo de facto mudou. E isto não é de agora. África não é como a pintamos. E a culpa toda é dos portugueses do século XV, que destruíram os documentos africanos para provar que a nossa cultura era superior à deles».
«A Batalha de Tabatô» é exibido hoje, 24 de abril, às 21h30, na Culturgest, e repete a 26 de abril, às 19h15, no Cinema City Classic Alvalade.
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