O programa do instituto alemão para o cinema e a videoarte parte da dúvida “o que é feito da revolução a que Portugal ainda hoje se refere”.
São seis filmes de décadas diferentes que abordam a “viragem revolucionária e as suas consequências de diversas formas”, revela a curadora Birgit Kohler.
A iniciativa inclui os filmes “As Armas e o Povo”, do Coletivo de Trabalhadores da Atividade Cinematográfica (1974/1975), “Bom Povo Português”, de Rui Simões (1980), “Um Adeus Português”, de João Botelho (1985), “A batalha de Tabatô”, de João Viana (2013), “Linha Vermelha”, de José Filipe Costa (2011), e “48”, de Susana de Sousa Dias (2009).
Os diferentes filmes “refletem sobre ruturas culturais, transformações sociais e experiências traumáticas, transportam momentos históricos para o presente e insistem na importância da recordação para a memória coletiva. Os filmes funcionam, até certo ponto, como um arquivo que fornece alimento para o pensamento crítico”, detalha Birgit Kohler, responsável pela seleção dos filmes.
Em declarações à agência Lusa, Christine Sievers, do departamento de comunicação do instituto, admite que o Arsenal tem uma “longa tradição de apresentar obras cinematográficas de Portugal, bem como documentários sobre mudanças políticas”.
“Desde a sua fundação em 1963, o Arsenal tem-se dedicado à história do cinema e aos desenvolvimentos atuais do meio cinematográfico de uma forma crítica, com discursos contemporâneos na sociedade retratados, refletidos e contextualizados ao longo do percurso”, pode ler-se na página oficial do Instituto.
“50 Jahre Nelkenrevolution – Filme als Archiv” (50 anos da Revolução dos Cravos - os filmes como arquivo, em tradução livre) arranca a 18 de abril. Todos os filmes são exibidos na versão original com legendas em inglês ou em alemão.
Este programa surge numa colaboração com Robert Stock, professor na Faculdade de Ciências Culturais, Sociais e da Educação da Universidade Humboldt de Berlim. O seu seminário inclui uma visita dos estudantes ao Arsenal.
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