A organização do Festival de Cannes anunciou a composição do júri que vai escolher o filme vencedor da Palma de Ouro e o restante palmarés da 71ª edição, que decorre entre 8 e 19 de maio.
A atriz australiana Cate Blanchett já tinha sido anunciada como a presidente do júri que o festival torna paritário com o anúncio de quatro homens e quatro mulheres que, como nota, abrangem sete nacionalidades e cinco continentes.
No grupo destaca-se Kristen Stewart, que, aos 28 anos, é seguramente uma das personalidades mais jovens a integrar um júri da secção competitiva de Cannes.
A atriz tem desenvolvido uma carreira interessante internacional pós-"Twilight" e é a única norte-americana a receber um prémio César (o Óscar francês) competitivo, por "As Nuvens de Sils Maria" (2014), de Olivier Assayas, realizador que reencontrou em "Personal Shopper" (2016).
A cantora e compositora burundesa Khadja Nin é a única no júri que não tem relação com o cinema, que se completa com a atriz francesa Léa Seydoux ("A Vida de Adèle", "007 Spectre"), o ator chinês Chang Chen (conhecido pelo público ocidental graças a "O Tigre e o Dragão" e "A Assassina"), a realizadora, argumentista e produtora norte-americana Ava DuVernay ("Selma", "Uma Viagem no Tempo"), o realizador e argumentista canadiano Denis Villeneuve ("Sicario", "O Primeiro Encontro", "Blade Runner 2049"), o realizador e argumentista russo Andrei Zvyagintsev ("O Regresso", "Leviatã", "Loveless - Sem Amor") e o realizador, argumentista e produtor francês Robert Guédiguian ("Marius e Jeannette", "O Exército do Crime", "As Neves de Kilimanjaro").
Os filmes em competição
Na corrida à Palma de Ouro destaca uma grande renovação de cineastas, com presenças inesperadas na seleção, principalmente da Ásia, e poucos filmes americanos.
Destaca-se o iraniano Asghar Farhadi, cujo "Todos lo saben", protagonizado por Penélope Cruz, Javier Bardem e Ricardo Darín, será o filme de abertura do festival.
Outra presença na competição é "Three Faces", de iraniano Jafar Panahi, que está em prisão domiciliária no seu país. O realizador iraniano dissidente tem filmado de forma praticamente clandestina e em 2015 conseguiu mostrar o filme "Taxi" em Berlim, recebendo o prémio Urso de Ouro.
Matteo Garrone, que ganhou o Grande Prémio do Júri em 2008 com "Gomorra", regressa com "Dogman", enquanto Pawel Pawlikowski, que ganhou o Óscar de Melhor Filme Estrangeiro com "Ida" (2013), apresentará "Cold War".
Regressos à seleção principal após uma longa ausência são os do norte-americano Spike Lee, com ""BlacKKKlansman", 27 anos depois de ter apresentado "Febre da Selva", e Christophe Honoré com "Sorry Angel", 11 anos após "As Canções de Amor", bem como a presença de três mulheres: Eva Husson ("Les filles du soleil"), Nadine Labaki ("Capernaum") e Alice Rohrwacher ("Lazzaro Felice").
Finalmente, surge "Le livre d'image", do lendário Jean-Luc Godard, descrito como um filme-ensaio: vale a pena recordar que o cartaz oficial da 71ª edição é de uma icónica fotografia de "Pedro o Louco", do mesmo realizador, de 1965.
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