Armie Hammer é um favorito às nomeações para os próximos Óscares, cuja "campanha" já começou, pelo filme "Chama-me Pelo teu Nome", mas não foi muito diplomático numa entrevista recente de promoção.
O ator, que se tornou conhecido por filmes como "A Rede Social", "O Mascarilha" e "O Agente da U.N.C.L.E.", criticou o que considerou ser a "duplicidade de critérios" em Hollywood em relação aos escândalos sexuais na indústria do entretenimento.
Em entrevista ao The Hollywood Reporter, comparou as reações diferentes às acusações de comportamento sexual incorreto que enfrentaram o ator e realizador Nate Parker e o ator Casey Affleck.
Armie Hammer trabalhou em "O Nascimento de Uma Nação", vencedor dos principais prémios do Festival Sundance de 2016 e que era visto como um fortíssimo candidato aos Óscares deste ano até que surgiram notícias do envolvimento do ator e realizador Nate Parker e do argumentista Jean McGianni Celestin num caso de alegada violação de uma jovem em 1999, quando tinham 19 anos.
O primeiro foi ilibado de quatro acusações e Celestin foi condenado por ataque sexual, mas teve direito a um segundo julgamento por ter sido aceite o seu recurso por assistência jurídica insuficiente da primeira vez. Apesar de a acusadora desejar testemunhar, os procuradores decidiram não continuar o caso porque outras testemunhas viviam fora dos EUA. Em 2012, a alegada vítima suicidou-se.
O reaparecimento da história originou publicidade negativa e "O Nascimento de Uma Nação" acabou arrasado nas bilheteiras e praticamente ignorado na temporada de prémios.
Armie Hammer não tem dúvidas que a campanha na imprensa sobre as alegadas acusações foi orquestrada, mas notou que "Nate tinha aquilo no seu passado, que é odioso e difícil de ignorar. Percebo isso, mas aconteceu quando tinha 18 anos e agora ele está ostracizado".
"Ao mesmo tempo", acrescentou, "o tipo que acabou por ganhar o Óscar tem... casos de assédio sexual contra ele", confirmando a seguir que se estava a referir a Casey Affleck, que venceu este ano com "Manchester by the Sea" e em 2010 foi processado por duas antigas colaboradoras ligadas ao seu pseudo-documentário "I´m Still Here" por assédio sexual.
O ator negou as acusações e o caso acabou por ser resolvido fora dos tribunais. Os detalhes nunca foram divulgados.
"Parker teve um incidente — que é odioso e atroz —, mas a sua vida inteira é afetada da pior forma possível. E o outro tipo ganha o maior prémio que se pode ter como ator. Simplesmente não faz sentido", defende Armie Hammer.
"Não estou a dizer que o Nate não devia estar em problemas. O que estou a dizer é que eles tiveram diferentes níveis de problemas. E essa é a disparidade. É como se existissem dois critérios de como lidar com alguém que teve este tipo de assunto no seu passado", conclui.
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