"I Am not Your Negro", o filme de Raoul Peck que tem dado o que falar desde que apareceu no ano passado, é o projeto escolhido para o encerramento do festival este ano.
A obra parte de um manuscrito de um dos mais famosos escritores afro-americanos do século XX, James Baldwin. A ideia do autor era escrever um livro sobre os grandes líderes negros que conheceu (Medgar Evers, Malcom X e Martin Luther King Jr., todos assassinados) mas, quando morre em 1987, deixa apenas escritas 30 páginas.
Peck, no entanto, apoiado pela narração de Samuel L. Jackson, apropriou-se do material, ao qual acrescentou imenso material de arquivo em termos visuais, para fazer uma intensa análise da questão racial nos Estados Unidos. Aliás, mais atual do que nunca.
"I Am not Your Negro" chega ao Indie depois de uma longa trajetória em festivais, iniciada em Toronto e que inclui a vitória do prémio do público no Festival de Berlim. Também esteve nomeado para o Óscar de Melhor Documentário.
De Nova Iorque sem muito amor
Em "Golden Exits", Alex Ross Perry reúne uma série de personagens da grande cidade americana – todos um bocado à deriva. Quem vai sacudir a vida dos casais interpretados por Adam Horovitz e Chloe Sevigny e Jason Schwartzman e Analeigh Tipton é uma australiana (Emily Browning) recém chegada para ajudar Horovitz no trabalho.
Neste agregado de pessoas vagamente infelizes, mas sem maiores ímpetos, há ainda espaço para a supostamente liberada irmã de Sevigny, vivida por Mary Louise Parker.
No último dia do festival destaque ainda para “Imini Cicatrizate”, o novo trabalho do romeno Radu Jude, que venceu o principal prémio da edição passada com “Aferim!”. Este ano, o seu filme está fora de competição.
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