O debate sobre a diversidade em Hollywood chegou esta quinta-feira (24) ao Congresso americano, com uma audiência em que atores pediram que se vá além de sucessos ocasionais como "Black Panther" e denunciaram "a infeção pela cultura do cancelamento".
A audiência foi realizada num momento em que decorre um debate profundo sobre o racismo no país, após a morte de George Floyd provocar uma onda de protestos inédita.
"Houve uma mudança, claro que 'Black Panther', [o musical da Broadway] 'Hamilton' e 'Crazy Rich Asians' conseguiram muitas receitas", comentou a atriz Erika Alexander.
"No entanto, para cada exceção extraordinária como estas, há centenas de filmes medíocres com elencos brancos que recebem o sinal verde", lamentou a atriz, assinalando que a falta de diversidade leva a uma "pandemia de exclusão" na cultura.
O ator de origem coreana Daniel Dae Kim - conhecido pelos seus papéis na séries "Lost" e " Hawaii Five-0", além de filmes como "Hellboy" e "Homem-Aranha 2", disse que a indústria dos veículos de massa é uma forma de "plantar pensamentos".
"Da mesma forma que o cigarro é um sistema para injetar nicotina, os nossos meios são um sistema para implantar valores", assinalou.
O congressista democrata Jerry Nadler, presidente do Comité Judicial que organizou a sessão, destacou que, em 2019, os atores negros, latinos, asiáticos ou indígenas obtiveram apenas 27% dos papéis de protagonista, quando esta população representa cerca de 40% dos americanos.
"A melhor forma de haver diversidade à frente dos ecrãs é haver diversidade por trás das câmaras", defendeu.
O congressista republicano Jim Jordan rebateu e disse que a audiência no Congresso é uma prova de que "ninguém está a salvo da cultura do cancelamento".
A cantora Joy Villa - apoiante ativa do presidente Donald Trump - denunciou que as opiniões conservadoras do mesmo prejudicaram Hollywood e afirmou que a cultura do cancelamento "é uma epidemia".
"A intolerância política silencia vozes de americanos", criticou a artista.
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