“Daniel Day-Lewis não irá trabalhar mais como ator. Ele está imensamente grato a todos os seus colaboradores e espectadores ao longo dos anos. Esta é uma decisão privada e nem ele nem os seus representantes irão fazer mais comentários sobre este assunto”, refere a porta-voz do ator, Leslee Dart, num comunicado citado por vários meios de comunicação social internacionais.
Aquele que será o último filme de Daniel Day-Lewis, “Phantom Thread”, realizado por Paul Thomas Anderson, tem estreia marcada para dezembro. O filme passa-se na década de 1950 e Daniel Day-Lewis interpreta um designer de moda que trabalha para a alta sociedade. De acordo com Leslee Dart, Daniel Day-Lewis conta participar nas ações de promoção do filme.
O melhor da sua geração
Daniel Day-Lewis nasceu a 29 de abril de 1957 em Londres (tem dupla nacionalidade: britânica e irlandesa), tendo começado a representar na década de 1970.
O filho do poeta Cecil Day-Lewis e da atriz Jill Balcon, estreou-se nos palcos em 1971, aos 14 anos, com um papel na peça “Sunday, Bloody Sunday”.
Na década de 1980 captou a atenção dos críticos de cinema com os papéis que interpretou em “A minha bela lavandaria”, de Stephen Frears, e “Quarto com vista sobre a cidade”, de James Ivory. Os prémios chegariam pouco depois.
Em 1989 venceu o seu primeiro Óscar de Melhor Ator com o filme “O meu pé esquerdo”, de Jim Sheridan, uma adaptação ao cinema da autobiografia do escritor e pintor irlandês Christy Brown, que nasceu com uma paralisia cerebral que lhe tirou todos os movimentos do corpo, à exceção do pé esquerdo.
O segundo Óscar de Melhor Ator surgiu em 2008 com “Haverá Sangue”, de Paul Thomas Anderson, e o terceiro em 2013 com “Licoln”, de Steven Spielberg.
Os papéis em “O meu pé esquerdo”, “Haverá Sangue” e “Licoln” valheram-lhe três BAFTA de Melhor Ator. Daniel Day-Lewis recebeu ainda um quarto prémio do cinema britânico, em 2002, por “Gangues de Nova Iorque”, de Martin Scorsese.
Com “Haverá Sangue” e “Licoln” juntou ainda ao currículo dos Globos de Ouro de Melhor Ator.
O Sindicato dos Atores Norte-Americanos (SAG) distinguiu-o três vezes: em 2003 (“Gangues de Nova Iorque”), 2008 (Haverá Sangue”) e 2013 (“Lincoln”).
Levava anos a decidir embrenhar-se num papel mas, quando o fazia, deixava todos de cara à banda e era sempre unanimemente considerado o melhor da sua geração (ou mesmo o melhor do mundo). Anunciou agora que não o fará mais.
Comentários