Várias personalidades do mundo do cinema iraniano receberam o corpo no aeroporto de Teerão, que chegou num voo procedente de Paris acompanhado pelos filhos e pelo diretor da Casa do Cinema do Irão, Reza Mir Karimi.
O emblemático cineasta, premiado em 1997 com a Palma de Ouro em Cannes por "O Sabor da Cereja", será sepultado no domingo, em Lavasan, na região de Teerão.
O cineasta tinha viajado para a França na semana passada para receber tratamentos para o cantro contra o qual lutava, após se submeter a várias operações no Irão, entre fevereiro e abril.
O presidente iraniano Hasan Rohani saudou a memória do cineasta ao destacar o seu "olhar diferente e profundo" sobre a vida. "O seu apelo à paz e à amizade perdurará na sétima arte".
Kiarostami nasceu em Teerão, em 1940, numa família humilde, antes de se tornar um dos cineastas mais proeminentes do cinema iraniano nos anos 1960.
O realizador permaneceu no seu país depois da Revolução Islâmica de 1979 e viu-se obrigado, como os seus colegas, a seguir as regras ditadas pelo regime, começando por nunca mostrar uma mulher sem o véu em público.
A Palma de Ouro em Cannes veio em 1997, por "O Sabor da Cereja", sobre o desejo de viver e sobre a fragilidade de um homem de 50 anos, filme que lhe causa problemas no Irão, depois de a atriz Catherine Deneuve lhe ter dado um beijo quando lhe entregou o prémio. O gesto enfureceu os conservadores iranianos.
Os prémios conquistados nos festivais mais importantes do mundo deram-lhe notoriedade internacional.
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