"Guerra Civil", o filme contundente que imagina um futuro próximo distópico nos EUA, liderou as bilheteiras norte-americanas no seu primeiro fim de semana, de acordo com estimativas do observador da indústria Exhibitor Relations.
Com estreia em Portugal esta semana, a longa-metragem do realizador britânico Alex Garland tem o protagonismo de Kirsten Dunst como uma jornalista que viaja por um país destruído, no qual um presidente de três mandatos luta contra forças separatistas da Califórnia e do Texas.
O filme - que destacou os receios sobre o estado dividido do país antes das eleições presidenciais de novembro - arrecadou 25,7 milhões de dólares nos EUA e no Canadá [cerca de 24,12 milhões de euros, à cotação do dia], informou a Exhibitor Relations no domingo, superando as previsões entre os 12 e 18 milhões.
Trata-se de mais do dobro da média de um 'thriller' distópico no fim de semana de estreia, disse o analista David A. Gross.
Com um orçamento de 50 milhões de dólares, o valor também é um grande feito para o estúdio de prestígio A24, que tenta produzir filmes maiores, sendo esta a sua produção mais dispendiosa até agora: a sua maior estreia fora a de "Hereditário", com 13,6 milhões em 2018, um quarto lugar nas bilheteiras).
Estes filmes “geralmente decorrem em mundos futuristas que parecem muito diferentes da vida contemporânea", escreveu Gross.
"'Guerra Civil' está a fazer o oposto: parece que é agora. O filme está a transformar o género em algo contemporâneo e identificável. A história não é diretamente partidária, mas está a provocar sentimentos partidários", acrescentou.
"É um equilíbrio delicado para ser atingido. O público está emocionalmente envolvido e isso é impressionante para um 'thriller'", notou.
Com os homens a serem o público principal, o filme cheio de ação de Dev Patel "Homem Macaco" caiu a pique no seu segundo fim de semana, da segunda para a sexta posição, com quatro milhões e um total doméstico de 17,6 milhões. O valor global é de 22,8 milhões.
A nova estreia também atirou “Godzilla x Kong” para o segundo lugar.
O filme, que mostra a união do enorme gorila e o gigante reptiliano para salvar as suas espécies - e a nossa - arrecadou cerca de 15,4 milhões, para um total doméstico de 157,9 milhões e 436,6 a nível global.
A partir daqui, os valores descem a pique, contribuindo para a baixa de 16% nas bilheteiras em relação ao mesmo período do ano passado.
O terceiro lugar ficou novamente a desilusão "Caça-Fantasmas: O Império do Gelo”, com 5,8 milhões: o mais recente capítulo da popular saga a colocar os caçadores de fantasmas a enfrentar a ameaça de uma nova era glacial, com um orçamento de 100 milhões, ainda só tem 96,9 milhões dos EUA e Canadá ao quarto fim de semana e um total global de 160.
A comédia de artes marciais de animação "O Panda do Kung Fu 4" subiu uma posição, caindo para o quarto lugar, com US$ 5,5 milhões. Até agora, as receitas são de 173 milhões na América do Norte e mais de 452 no total. São bons resultados para um filme que teve um orçamento controlado de 85 milhões antes das despesas de marketing.
Quanto a "Dune: Parte 2", que arrecadou 4,3 milhões, ainda não parou ao fim de sete semanas nos cinemas, e também subiu uma posição desde o fim de semana anterior.
O filme de ficção científica de Denis Villeneuve arrecadou 272 milhões desde o seu lançamento no início de março nos EUA e Canadá e 683 globalmente, sendo o mais rentável do ano.
"Dune", “Godzilla x Kong”, "Wonka" e "Aquaman e o Reino Perdido" contribuíram decisivamente para a Warner Bros. ultrapassar a marca dos mil milhões de dólares a nível internacional nas bilheteiras, o primeiro estúdio a consegui-lo este ano.
Comentários