O novo filme de super-heróis "As Marvels" está a fazer história e não no bom sentido: a sua estreia nos cinemas foi a pior de sempre para um filme do normalmente lucrativo Universo Cinematográfico Marvel da Disney (MCU, pela sigla original).
As receitas na América do Norte (EUA e Canadá) foram de 47 milhões de dólares durante o fim de semana de sexta a domingo, ficando abaixo das previsões de 60 a 65 milhões, já revistas em baixa dos 75 a 80 milhões iniciais.
Apenas dois outros títulos dos 33 do MCU abriram abaixo dos 60 milhões: "O Incrível Hulk" (2008), com 55,4 milhões, e "Homem-Formiga (2015), com 57,2 milhões, valores que seriam superiores se fossem ajustados à inflação.
A fervorosa base de fãs da Marvel também esteve longe de encher os cinemas a nível internacional, com 63,5 milhões de dólares de 51 territórios, incluindo a China, abaixo dos 80 milhões projetados pela Disney.
O total global ficou nos 110 milhões e não os 140 esperados pelo estúdio, o que já seria uma estreia medíocre para uma super produção que terá custado entre 220 e 270 milhões, além de 100 milhões em promoção.
A estreia do primeiro filme, "Capitão Marvel" (2019), beneficiando do lançamento entre "Os Vingadores: Guerra do Infinito" (2018) e "Os Vingadores: Endgame" (2019), chegou aos 153,4 milhões na América do Norte e 303,3 milhões no resto do mundo: os 456,7 milhões foram o melhor lançamento para um título protagonizado por uma atriz (Brie Larson) antes de "Barbie" em julho deste ano.
“Esta estreia é um colapso sem precedentes nas bilheteiras da Marvel”, disse o analista David A. Gross à France-Presse.
As sequelas de super-heróis normalmente superam os originais, recordou, mas este está 67% abaixo do seu antecessor e ainda tem um longo caminho a percorrer para recuperar os seus custos: estima-se que tenha de chegar aos 800 milhões só para começar a dar lucro ao estúdio.
Não está claro, dizem os analistas, se este é um sinal claro da fadiga dos super-heróis dos espectadores depois de tantos sucessos de bilheteira.
Mas Gross disse que vários fatores estão a prejudicar estes filmes nos cinemas, incluindo o crescimento dos serviços de streaming e a greve dos atores recentemente terminada (as estrelas da "As Marvels" lideradas por Brie Larson não conseguiram fazer trabalho promocional) - bem como uma série de "filmes sem imaginação e maus" por todo o género.
"As Marvels", uma complicada história de ficção científica sobre multiverso quântico, "pontos de salto" e buracos no espaço, também é protagonizado por Teyonah Parris e Iman Vellani.
O terror de "Five Nights at Freddy’s – O Filme" ficou em segundo lugar no fim de semana, com receitas estimadas em nove milhões de dólares. As receitas globais de 251,9 milhões, contra um orçamento de apenas 20, fazem deste uma dos grandes sucessos do ano nos cinemas.
Josh Hutcherson, a protagonizar o seu maior papel desde a franquia “Os Jogos da Fome”, lidera o elenco como um segurança que trabalha à noite num centro de entretenimento familiar abandonado, onde personagens animatrónicas assustadoras ganham vida de forma assassina após o anoitecer.
"Taylor Swift: The Eras Tour" teve novamente um bom desempenho: o filme-concerto da superestrela arrecadou mais 5,9 milhões ao ficar em terceiro lugar. As suas receitas domésticas totais em cinco semanas são agora de 172,5 milhões.
Em quarto lugar ficou o 'biopic' "Priscilla", com 4,8 milhões, quase ao mesmo nível dos 5 milhões do fim de semana anterior.
O filme dirigido por Sofia Coppola mostra o relacionamento difícil entre Elvis e Priscilla Presley desde do seu primeiro encontro, quando ela tinha apenas 14 anos e ele era uma estrela de 24, até à sua separação amarga.
Ao lado de Jacob Elordi como Elvis, Cailee Spaeny, no papel de protagonista, ganhou o prémio de melhor atriz do Festival de Cinema de Veneza.
E em quinto lugar, com 4,7 milhões, ficou o épico histórico de Martin Scorsese "Assassinos da Lua das Flores", protagonizado por Leonardo DiCaprio, Robert De Niro e Lily Gladstone.
Comentários