Após ter sido a atriz Katharine Hepburn no filme "O Aviador" e a advogada e ativista conservadora Phyllis Schlafly na minissérie "Mrs. America", Cate Blanchett vai interpretar outra personagem real na sua carreira, embora menos "histórica": a irmã de Donald Trump.
O realizador James Gray revelou ao Screen Daily qual o papel da atriz no seu próximo filme, "Armageddon Time", onde também vão entrar Robert De Niro, Anne Hathaway, Oscar Isaac e Donald Sutherland.
"Cate Blanchett vai interpretar a irmã de Donald Trump, o que é a frase mais bizarra que alguma vez disse. Ela apenas vai estar três dias, está a fazer-me um favor. Ela tem um discurso realmente longo para dizer, é uma cena que realmente rouba a atenção. Tentei recriar o discurso verdadeiro o melhor que consegui de memória", explicou o realizador.
Retrato da juventude de Gray em 1980 no bairro de Queens, em Nova Iorque, "Armageddon Times" decorre num estabelecimento de ensino privado que frequentaram em alturas diferentes tanto o realizador como Donald Trump. A irmã do antigo presidente dos EUA visitou a escola quando Gray era estudante para fazer um discurso.
Anteriormente, Gray já dissera que a inspiração veio das suas memórias de infância e entrada na adolescência e aborda a amizade e lealdade numa América que se preparava para eleger Ronald Reagan como Presidente em 1980, partindo de uma situação pessoal e familiar muito específica para chegar a algo que tem ressonância universal: a decisão dos seus pais em transferi-lo de uma escola pública para uma privada após se meter em sarilhos aos 12 anos fez toda a diferença para o seu futuro, mas também destruiu a relação com o seu melhor amigo, que não teve a mesma sorte.
"Trata-se dessa transição e como ela reflete o que era a sociedade americana e infelizmente ainda é. Como estamos separados em termos de classe e etnicidade", explicou ao Deadline Hollywood em junho do ano passado.
"O mundo realmente ficou claramente dividido para mim, com base nos que têm e nos que não têm. Não escrevi o argumento na semana passada, mas há alguns meses e é estranho que muito do que estamos a ver agora parta de muitos dos temas que tinha a ambição de explorar em primeiro lugar. Esta obsessão que tenho de analisar as ideias americanas de mobilidade de classes, fazê-lo num contexto que é humano com impacto social", acrescentou.
"Os meus pais, que enquanto membros da classe trabalhadora não eram de todo ricos, usaram todas as influências que conseguiram para poder ir para esta escola. O que simultaneamente salvou a minha vida, mas também me despertou para o verdadeiro racismo e anti-semitismo", refletiu.
O realizador revelou que a rodagem de "Armageddon Times" deve arrancar no outono.
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